Da Redação 25/09/2003 – A CPI das Carnes promove reunião extraordinária na sexta-feira, dia 26, a partir das 9h30min, no Parque de Exposições Miguel Wairich, em Júlio de Castilhos (RS). É o primeiro encontro realizado no interior do Estado desde o começo das investigações.
A programação dos trabalhos prevê uma inspeção pública ao Frigorífico Castilhense e depoimentos de testemunhas ligadas à planta frigorífica, além da oitiva de criadores da região. De acordo com o presidente da CPI das Carnes, deputado Jerônimo Goergen (PP), as denúncias apresentadas pela advogada da Cooperativa Regional Castilhense de Carne e Derivados, Maria do Carmo Lourenci, apontaram uma série de irregularidades na administração da empresa.
Em depoimento à CPI prestado no dia 25 de agosto, Lourenci explicou que o Frigorífico Castilhense paralisou suas atividades em 1990, depois de enfrentar problemas econômicos e sofrer com a elevada carga tributária. A planta acabou sendo arrendada e uma nova inscrição foi concedida para uma empresa privada. A advogada afirmou que esta empresa retia os lucros e repassava os prejuízos para a cooperativa. Disse ainda que recursos oriundos da exportação da carne não foram contabilizados nos balancetes financeiros.
A má administração obrigou a Justiça a indicar um usufruto judicial aos empregados para que o frigorífico continuasse operando em nome dos cooperativados. O interventor indicado foi Leonardo Thibes, deposto também pelo mesmo motivo: má gestão.
Thibes não teria cumprido as metas propostas pela Justiça do Trabalho. O lucro deveria ser usado para quitar as dívidas trabalhistas mas, de acordo com Lourenci, isso não aconteceu. Além disso, os débitos com os produtores da Grande Santa Rosa ultrapassam R$1 milhão.
O aluguel do frigorífico revela que ele vinha sendo utilizado em benefício de atravessadores, preocupados em burlar o fisco e abater animais irregularmente. Para Jerônimo, esta é a marca do abate clandestino.
Com informações da Assembléia Legislativa.