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"A compra de suínos foi superdimensionada"

Segundo Gustavo Fanaya, a compra de suínos por parte da indústria foi otimista, baseada na observação de que 25% do consumo anual de carne suína se concentra no final de ano.

Redação SI 01/12/2003 – 04h25 – Segundo Gustavo Fanaya, a compra de suínos por parte da indústria foi otimista, baseada na observação de que 25% do consumo anual de carne suína se concentra no final de ano. A expectativa é que o consumo seja duas vezes maior do que a média dos outros meses.

Fanaya lembrou que a queda no consumo de alimentos foi acentuada este ano e nada indica que haverá recuperação das vendas até o final do ano, exceto nas vendas de produtos natalinos, acredita o setor industrial, a exemplo do varejo. De acordo com o analista, a indústria de carnes está apostando na liberação da primeira parcela do décimo terceiro salário para dinamizar as vendas de carnes.

Também apostando nisso, o pecuarista está retendo os bois no pasto à espera de reação nos preços. Segundo Fanaya, o pecuarista já está trabalhando com um lucro de 50% na arroba do boi terminado, mas ainda mantém a expectativa que os preços estarão melhores no final do ano. Pessoalmente, ele disse que não acredita em aumento nos preços da carne bovina para o final do ano. “Pode ser que os preços não caiam, mas não devem subir”, afirmou.

Por outro lado, Fanaya comunga com a opinião de Moura de que o consumidor vai se permitir ter uma ceia mais farta para compensar um ano inteiro de restrições. Nesse caso, o aumento na venda de carnes será proporcional ao aumento da demanda, que ele imagina ao redor de 10% em relação ao ano passado. A Perdigão, uma das grandes agroindústrias que vai colocar peru e chester nas gôndolas dos supermecados prevê comercializar 5% a mais em relação ao ano passado, quando vendeu mais de 5,5 milhões de unidades da ave.

O analista lembra ainda que o consumo nessa época do ano também é “turbinado” com os salários dos trabalhos temporários, que costuma aquecer as vendas. Quem ganha com a injeção de renda extra é o setor de alimentos, justamente o segmento que menos remunera os trabalhadores. Por isso, a expectativa quanto ao aumento expressivo na compra de carnes não é tão acentuada. Isso porque, a recuperação da renda dos salários do setor industrial, financeiro, de metal-mecânica que promovem crescimento econômico com índices mais robustos demoram e não são esperados para já. Em função disso, o setor produtivo também está em compasso de espera, disse Fanaya. (V.C.)