Redação SI 17/05/2002 – O preço do quilo do suíno vivo na praça de Chapecó (SC), município mais representativo do oeste catarinense no abate de suínos, caiu 17% este ano. O valor pago ao produtor no final do ano passado era R$ 1,35 e ontem foi cotado a R$ 1,12. A região é responsável por pelo menos 40% do total de 500 mil cabeças abatidas mensalmente no Estado, o maior produtor nacional. O agrônomo do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), Jurandi Machado, diz que a oferta cresceu muito rapidamente e as exportações não têm sido suficientes para enxugar os excedentes internos. Os custos também aumentaram por conta da elevação dos preços dos principais insumos, como o milho. Há um ano a saca custava 8,75 e hoje é comercializada a R$ 13,50.
Felipe da Luz, presidente do Conselho Diretor da Associação dos Produtores e Exportadores de Suínos (Abipecs), diz que o preço do suíno está no “fundo do poço” e não deve cair mais. O dirigente afirma que no ano passado as agroindústrias conseguiram até US$ 1.340 pelo quilo da meia carcaça na Rússia. Hoje os russos estão pagando US$ 850. “O mercado está entupido de carne suína em função da volta da concorrência do mercado europeu, que no ano passado teve problemas com a febre aftosa. A China que neste ano foi banida de vender para a Rússia por problemas sanitários, está direcionando a produção para Hong Kong, que era nosso segundo maior importador. E a Argentina deixou de ser um mercado importante por causa da crise e da conseqüente redução das importações”, diz.