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Rastreabilidade também pode ser obrigatória para a avicultura

A rastreabilidade deve ser a grande novidade da avicultura mundial nesta primeira década do século 21.

Redação AI 21/06/2002 – A rastreabilidade deve ser a grande novidade da avicultura mundial nesta primeira década do século 21. Na União Européia, onde o consumidor é muito mais exigente, o processo já começou e estão sendo criados vários programas para identificar toda a vida da ave até a venda da carne ou dos ovos no supermercado.

A qualidade e a segurança dos alimentos estão por trás desse movimento iniciado na UE e que fatalmente chegará ao Brasil nos próximos anos. Segundo o dr. Pat Mulvehill, diretor geral da Associação dos Abatedouros Avícolas da Irlanda, os recentes escândalos envolvendo produtos de origem animal no continente deflagraram um movimento sem volta. “Os consumidores europeus não admitem mais não saber a procedência, as características, a composição e o histórico das carnes, leite, ovos e demais alimentos comercializados. Com a rastreabilidade dos produtos, eles têm total garantia do que estão levando para casa”, ressalta Mulvehill, que esteve no Brasil no início de junho, a convite da Alltech – empresa líder em biotecnologia animal -, para participar da Conferência Apinco 2002, em Campinas.

A União Européia tem sido o berço de grandes transformações na alimentação humana e animal. Foi na Dinamarca, por exemplo, que em meados da década passada começou a proibição dos antibióticos promotores de crescimento, estendida hoje para todo o mundo, incluindo o Brasil.

A preocupação do consumidor em relação aos produtos de origem animal, explica Pat Mulvehill, deve-se a uma série de problemas ocorridos nas últimas décadas, como salmoneloses em ovos na Grã-Bretanha (anos 80), presença de dioxina em insumos para alimentação (1998), vaca louca (2000) e febre aftosa (2001). Este ano, mais um susto nos consumidores, com a presença de fungicidas em carne de frangos na Alemanha.

A pressão dos consumidores em decorrência de tantos escândalos está levando as indústrias avícolas da União Européia a investir na recuperação da imagem da cadeia produtiva. “Nesse sentido, a alimentação animal de qualidade é um item fundamental”, explica Pat Mulvehill. “O uso das farinhas de origem animal nas rações, por exemplo, está definitivamente proibido. Na UE só são utilizados insumos vegetais nos alimentos para animais”, diz. Também ganha espaço as chamadas soluções naturais para alimentação – minerais orgânicos, enzimas e leveduras.

O especialista irlandês explica que os exportadores de proteínas animais para a União Européia – o Brasil, inclusive – deverão atender os parâmetros exigidos pelos consumidores locais, sob pena de perderem participação naquele importante mercado. “A rastreabilidade na avicultura é um fato consumado na UE e todas as empresas que têm negócios com a região terão de se ajustar a esse processo. O aumento da resistência bacteriana aos antibióticos, por exemplo, leva os importadores europeus a comprar produtos de origem animal somente de fornecedores que, assim, como eles, não usam determinados antibióticos promotores de crescimento na alimentação das aves”, ressalta Pat Mulvehill. “Até 2006, os dois últimos antibióticos ainda permitidos na Europa serão banidos”, diz o diretor-geral da Associação dos Abatedouros, lembrando que “a justificativa de que a proibição do uso de tais insumos prejudica a produtividade avícola está caindo por terra, pois os resultados obtidos vêm melhorando sensivelmente, sem contar que a resistência bacteriana está diminuindo”.

As informações são da assessoria de imprensa da Alltech do Brasil.