Redação AI 26/07/2002 – O escritório de patentes dos Estados Unidos recebeu o registro de uma nova tecnologia no mínimo estranha, desenvolvida por um cientista da Universidade de Delaware um processador que, em vez de silício, usa penas de galinha como matéria-prima.
A idéia foi do engenheiro químico Richard Wool. Segundo ele, os pesquisadores envolvidos no projeto atraíram-se pela pena de galinha porque sua estrutura é flexível e resistente, além de ser oca e preenchida com ar um excelente condutor de eletricidade.
O chip é construído com resina de soja, que dá a base para o alinhamento de seções de pena de galinha. Em testes preliminares, segundo Wool, sinais elétricos foram conduzidos duas vezes mais rápido que em chips convencionais de silício.
Integrante do projeto Acres, Wool e sua equipe estudam fontes renováveis de energia e compostos. O laboratório usa materiais como soja, lã e fibras vegetais para construir objetos complexos.
Mesmo princípio
A idéia de criar um chip com penas de galinha acaba por obedecer o mesmo princípio utilizado hoje na construção de chips de silício.
O processador é basicamente um ””wafer”” de silício como o biscoito mesmo permeado por uma massa densa de transistores, que funcionam como interruptores. O funcionamento do chip acontece com a passagem organizada de sinais elétricos por esses transistores.
Alguns materiais são mais capazes de conduzir eletricidade que outros. O silício foi adotado pela indústria de chips por ser um composto sólido com boa capacidade de condução. Mas o ar é melhor condutor que o próprio silício, já que praticamente não oferece resistência.
Adoção em escala
Embora tenha produzidos resultados interessantes, os pesquisadores da Universidade de Delaware ainda têm outras perguntas a responder. Principalmente em relação à durabilidade do chip e a problemas como o caráter heterogêneo e irregular das penas de galinha, que são compostas por material orgânico.
Mas Wool acredita que a adoção do processador de penas de galinha em larga escala depende de mais do que isso. A técnica de produção de chips com silício ainda é muito difundida, e a crise atual no setor pode intimidar empresas a adotar novas tecnologias.