Redação SI 22/08/2002 – Criadores do oeste do Paraná amargam prejuízo por causa do baixo preço do porco e do alto custo de produção. Para cortar gastos, trabalhadores das granjas já começaram a ser demitidos.
Seu Dionísio cria seis mil porcos em sua granja. O sítio é pequeno: tem apenas cinco hectares. Ele manda mensalmente para ao abate 1,2 mil animais. Mas nos últimos meses, o preço pago pelo quilo não cobre o que ele gasta para criar os suínos.
“Eu estou vendendo no mercado hoje a R$ 0,90 o quilo. Quando acho mercado para a colocação desse suíno. Só que o custo de produção dele está sendo hoje em torno de R$ 1,40 o quilo”, conta o criador Dionísio Mühler.
São Miguel do Iguaçu tem 67 produtores e esta é a segunda fonte de renda do município. As dificuldades que o setor enfrenta são por causa da alta do preço do milho e de outros insumos, além da grande oferta de carne no mercado. Os dados são da Associação Paranaense de Suinocultores. Em todo o Paraná, a suinocultura gera cerca de 216 mil empregos diretos. Com as dificuldades e para tentar diminuir as despesas no fim do mês, os criadores de porcos estão mandando os funcionários embora. O criador Lauri Hauber demitiu seis empregados nos últimos três meses. Mesmo com os cortes nos gastos, o prejuízo é de quase R$ 10 mil por semana.
“Tudo o que eu tinha está empatado aqui. Eu vou para baixo da ponte. Eu e meus funcionários. Ainda tem 10 famílias dependendo dessa granja aqui”, lamenta o criador Lauri Hauber.
O Paraná é o segundo criador de porcos do país. O primeiro é Santa Catarina.