Redação SI 05/09/2002 – Lideranças dos produtores de suínos de Santa Catarina estiveram reunidas ontem (04), em Chapecó, para discutir o resultado das audiências realizadas na terça-feira (03), em Brasília, além de planejar um novo protesto da categoria.
Cerca de 3 mil agricultores devem se reunir a partir de amanhã, às 14h, na praça Coronel Bertaso, em Chapecó. Pelo menos 50 leitões devem ser distribuídos para a população. Posteriormente, será aprovada uma carta de reivindicações para governos, indústrias, associações e produtores. O evento encerra com uma carreata e distribuição de 10 mil panfletos.
O protesto está sendo organizado pelo Núcleo Regional Oeste da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS). O presidente do núcleo, Laudino Piazza, disse que o objetivo é chamar a atenção da população e dos governantes sobre os impactos da crise. Ele destacou que os custos de produção estão em R$ 1,45 por quilo vivo e os suinocultores recebem R$ 1,12 quando vendem o quilo do produto.
Alguns produtores independentes recebem ainda menos, cerca de R$ 0,90 por quilo. Piazza afirmou que, em virtude disso, a inadimplência do setor está aumentando e poderá afetar toda a sociedade. “Vai ser um caos se a suinocultura quebrar”, avaliou o presidente do núcleo. Muitos produtores estão com dificuldade de crédito pela instabilidade do setor.
Além do prejuízo financeiro, Piazza alerta que uma quebradeira refletiria na falta do produto no futuro e aumento do preço ao consumidor. Ele sugere que compradores, indústrias e supermercados ajudassem a diluir os prejuízos para aliviar a crise. A suinocultora movimenta R$ 2,2 bilhões por ano em SC, com 60 mil empregos diretos e 135 mil indiretos.