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Avicultores denunciam especulação com milho

O presidente da Aves denunciou que os produtores de milho de GO e MT estão aproveitando o déficit do produto no país para fazer especulação com o preço.

Redação AI 01/10/2002 – Antônio Venturini, presidente da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), denunciou que os produtores de milho de Goiás e Mato Grosso, principais fornecedores dos criadores capixabas, estão aproveitando o déficit do produto no país, para fazer especulação com o preço, podendo causar sérios prejuízos à avicultura e suinocultura do Estado.

O granjeiro informa que os criadores capixabas serão obrigados a comprar milho nesta semana, a R$ 23,00 a saca de 60 quilos. “Os produtores do grão sentaram sobre as sacarias e afirmam que não comercializam por preço inferior”, informa o avicultor, garantindo que nenhum produtor capixaba escapará de uma crise sem precedentes que, certamente, se instalará e que poderá determinar o fim das atividades no Estado.

Exploração

A safra de milho de 2001/2002, no país, que produziu 37 milhões de toneladas de grãos, foi insuficiente para abastecer o mercado interno e provocará um déficit de pelo menos 1 milhão de toneladas, no período de 15 de dezembro até início de fevereiro, quando será iniciada a próxima colheita. “Ainda há cerca de oito milhões de toneladas do produto estocados na zona de produção, mas eles só comercializam com o preço elevado”, informou Venturini.

Para ele, uma situação de caos se instalará nos setores de produção de frango de corte, ovos e suínos no Espírito Santo. Um fator que contribuiu para agravar a situação, segundo o diretor da Aves, foi a exportação 1,6 milhão de toneladas de milho neste ano, para a Espanha, Inglaterra, Itália e alguns países asiáticos. “A pior crise de todas as épocas será enfrentada pelos empresários dos três segmentos”, garante.

“Já nos reunimos na última semana, em Brasília, com Célio Porto, da Secretaria de Política Agrícola, e Vilmondes Olegário da Silva, da Companhia Nacional de Abastacimento (Conab), a quem pedimos providências para a liberação da entrada do milho geneticamente modificado ou uma interferência no mercado interno”, afirmou o empresário.

Apoio

A Aves enviará ainda hoje um manifesto à bancada federal em Brasília e ao governador José Ignácio Ferreira, pedindo empenho na resolução do problema. “Comprando o milho a R$ 18,00 a saca, produzimos um quilo de frango por R$ 1,38 e vendemos por R$ 1,40. Não ganhamos muito, mas também não perdemos”. Por outro lado, conforme Antônio Venturini, se a saca de milho for adquirida por R$ 23,00, um quilo de frango será produzido por R$ 1,55.

“Contabilizando, concluímos que perderemos R$ 0,15 por quilo de frango comercializado”. Venturini informa que avicultura de corte coloca mensalmente três milhões de frango no mercado e que há um plantel de sete milhões de poedeiras e 15 mil matrizes na suinocultura capixaba. “Muita gente perderá o emprego e, certamente, um grande problema sócio-econômico será criado no Estado.”