Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

País terá superoferta de frango

Para o consumidor brasileiro seria bom, mas para o produtor seria muito ruim, pois os preços do frango tendem a cair , alerta Marília Martha Ferreira, superintendente da Avimig.

Redação AI 31/10/2002 – Para o consumidor brasileiro seria bom, mas para o produtor seria muito ruim, pois os preços do frango tendem a cair , alerta Marília Martha Ferreira, superintendente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig). Em Belo Horizonte, o quilo de frango é encontrado por R$ 1,99, em média.

Anteontem, a União Européia anunciou um aumento de 15% para 75% na taxação sobre os cortes de frango salgado exportados pelo Brasil. Classificado anteriormente como produto básico , o frango brasileiro chega agora à Europa como produto semimanufaturado . A medida gerou um clima de revolta entre os exportadores. O impacto será mais forte nas exportações de 2003, mas, os exportadores deverão registrar algum prejuízo ainda este ano. Só não dá para dizer ainda de quanto será a queda nas vendas , salienta Cláudio Martins, diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas Exportadoras de Frango (Abef).

Entre os produtos mineiros, a preocupação é de que a medida também cause problemas dentro do mercado nacional. Esse aumento na taxa é ruim tanto para quem exporta como para quem não exporta. Certamente, haverá um aumento na oferta do produto no País, e os preços devem cair. Deveremos ser prejudicados, ainda mais que já estamos trabalhando no vermelho. A avicultura sofreu com o aumento do dólar, que encareceu muito a ração das aves. Diante dessa notícia vinda da Europa, a situação pode ficar ainda pior , afirma Oswaldo Pereira, dono da Granja Azul e Branco, localizada em Pará de Minas.

O gerente geral de exportações da Pif Paf, Mário Okaumura, também prevê um aumento da oferta de frango no País. A tendência é de queda de 60% nas exportações totais da carne para a Europa. Desse total, entre 35% e 40% da produção deve ficar no Brasil. Com a oferta aumentando, os preços devem cair no mercado interno , diz ele. Além disso, acrescenta Okaumura, as empresas exportadoras também devem buscar novos mercados para evitar prejuízos. Atualmente não exportamos para a Europa. Focamos nossas vendas externas em outros mercados, como a China, Japão e Rússia. Caso as empresas comecem a buscar novas rotas para suas exportações, poderíamos sofrer algum impacto , afirma ele.