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Crise na suinocultura afeta Seara

Atividade sustenta economia do município que teve estado de emergência decretado pelo prefeito.

Redação SI 13/11/2002 – A crise na suinocultura e seu impacto econômico e social levou o município de Seara a decretar situação de emergência.

O prefeito Flávio Ragagnin disse que assinou o decreto para chamar a atenção das autoridades para a gravidade do problema.

Ragagnin afirmou que os produtores enfrentam prejuízos há mais de seis meses, se descapitalizando e aumentando dívidas. Como o município depende cerca de 80% da suinocultura, a crise reflete no comércio. Das 1,5 mil propriedades rurais, cerca de 900 criam suínos.

O município tem a maior produção de suínos por área do Brasil, com 300 mil cabeças de suínos em 316 quilômetros quadrados. Só a Seara Alimentos abate 4,5 mil suínos por dia. O prefeito avalia que as vendas nas lojas diminuíram 40%, o que terá reflexo no movimento econômico da cidade, que é de R$ 200 milhões anuais.

Ragagnin pediu apoio ao secretário de Agricultura, Otto Kiehn, e ao deputado estadual Odacir Zonta. Os dois viajaram ontem para Brasília, a fim de buscar a liberação de empréstimos de milho para o Estado.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Seara, Jaime Casarotto, diz que 70% das vendas dependem do setor primário. Segundo ele, as agropecuárias são as mais atingidas com a crise, com redução de até 40% nas vendas. Em outros setores, o reflexo é menor, mas Casarotto estima que o pior da crise está por vir.

A falta de milho e a crise na Chapecó Alimentos agravaram a situação dos produtores, pois muitos deles têm dificuldades em obter ração.

Para Clair Dariva, vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suíno, a situação dos suinocultores é desanimadora, pois os custos de produção chegam próximo a R$ 2 e o produtor recebe R$ 1,32 (R$ 1,43 com a tipificação). O prejuízo por suíno é de R$ 60 a 70.