Redação SI 04/12/2002 – Mato Grosso tem potencial para centralizar a criação de suínos em todo o país, devido ao excelente celeiro de grãos. A Associação do Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) estima que em 2005 o rebanho estadual ultrapasse 2 milhões de cabeças, um salto significativo para o atual rebanho de pouco mais de 800 mil animais. Com estes números, o consumo atual de milho, saltaria de 154 mil toneladas ao ano para 630 mil toneladas.
Atualmente são pouco mais de 800 mil animais, porém, até 2005 esse número deve ser triplicado |
“Esses números levam em conta principalmente as matrizes pertencentes ao programa Granja de Qualidade, que hoje somam cerca de 40 mil fêmeas”, aponta o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira Machado.
Mas para que a expectativa seja concretizada, os criadores estão fazendo a lição de casa, que além de exigir qualidade no manejo animal, impõe padrões de qualidade para sanidade, alimentação e melhoramento genético. Esses são os principais itens do projeto “Granja de Qualidade”.
Os criadores de suínos em Mato Grosso querem ganhar espaço no mercado e para isso apostam nos avanços tecnológicos para o melhoramento genético e sanidade animal para produção de carnes com pouca gordura, rica em vitaminas, minerais, com alto valor nutritivo e com baixo teor de colesterol.
Mas sobre este trabalho de “formiguinha” pesa a herança cultural, um tabu que marginaliza a carne suína e a taxa como uma carne gordurosa e prejudicial a saúde. “Mas hoje o que se encontra para o consumo são carnes saudáveis, de fácil digestão e com grande potencial de vitaminas. Para se ter idéia da evolução que este produto sofreu ao longo de 20 anos, graças à genética, pode-se afirmar que o teor de gordura foi reduzido em 31%, o de colesterol em 10%, as calorias em 14% e a carne do animal foi aumentada em 20%”, explica o gerente administrativo da Acrismat, Custódio Rodrigues de Castro Júnior.
Uma das estratégias empreendidas pelo setor para a dismistificação do produto é a oferta de cursos de cortes de carne suína. “Existem outras centenas de estratégias que podem ser aplicadas, mas esta será efetiva já em 2003”, aponta Castro.
O gerente chama a atenção para algo que poucas pessoas saibam sobre os cortes de carne suína, idênticos ao da carne bovina. “Nos suínos também existem cortes como lagarto, picanha e filé mignon. Após sete anos da implantação do Granja de Qualidade, o Estado já exporta carne para países como Rússia, Hong Kong e África do Sul”, acrescenta Castro.
PREÇOS – Mesmo com o grande salto de custos do principal componente alimentar dos suínos, o milho, que no início do ano custava cerca de R$ 9, e hoje é encontrado a R$ 23, os preços do suíno vivo é de R$ 1,57 (venda produtor/frigorífico) e chega ao consumidor a cerca de R$ 6 a 7.