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Suinocultura perde R$ 250 milhões

Crise no setor, após afastar os criadores da atividade, atravessa as propriedades e se instala no comércio, reduz a arrecadação das prefeituras e obriga o produtor a se socorrer em novas parcerias com empresas.

Redação SI 09/12/2002 – A suinocultura é considerada como o motor que movimenta a economia da região Oeste. Com a crise que se estende por oito meses e perdas estimadas em R$ 250 milhões pela Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), muitos municípios estão sentindo o baque com retração nas vendas do comércio, demissões e queda na arrecadação.

O vice-prefeito e secretário de Agricultura de Xavantina, Osmar Dervanoski, estima que a arrecadação deve cair entre R$ 6 milhões e 7 milhões neste ano. Comparando com os R$ 55 milhões de 2001, a queda deve girar em torno de 12%. Dervanoski disse que até novembro a arrecadação foi de R$ 34 milhões, contra R$ 45 milhões de 2001.

Mesmo com uma boa arrecadação prevista para dezembro, com o pagamento de alguns impostos atrasados, a receita deve ficar abaixo do esperado. O vice-prefeito explicou que o baque maior não deve ser no orçamento de 2003, pois o repasse de verbas para os municípios é baseado na arrecadação do ano anterior.

Com isso, o efeito maior da crise deste ano será sentido pelas prefeituras em 2004. Dervanoski calcula que alguns investimentos deverão sofrer contingenciamento com a provável queda na receita do município, que gira em torno de R$ 280 mil por mês.

Xavantina é um dos municípios mais atingidos pela crise, pois tem a maior população de suínos per capita do país. São 210 mil suínos para uma população de 4,4 mil habitantes, o que dá 47 animais por pessoa. Cerca de 95% do movimento econômico local é baseado na agricultura. Três municípios já decretaram situação de emergência.

O prefeito de Arvoredo, Airton Cauduro, também estima uma queda de arrecadação no município em torno de 5% em virtude da crise na suinocultura. Ele afirmou que com a baixa remuneração do suíno os agricultores foram se descapitalizando e pegando empréstimos bancários que terão dificuldades em quitar.

O resultado é que deixam de comprar muitas coisas no comércio local e paralisam a economia. O secretário de Administração de São José do Cedro, Neri Weis, disse que muitos produtores estão entregando suínos como forma de pagamento em casas agropecuárias.