O Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) voltou a recuar em novembro na comparação interanual (5,4%), mas em relação ao mês imediatamente anterior houve alta (1,2%), o que não acontecia desde maio de 2021.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Segundo os dados do FGV Agro, a modesta reação do penúltimo mês do ano passado foi determinada por um avanço no segmento de produtos alimentícios e bebidas. Neste, houve alta de 1,9% ante outubro, embora frente a novembro de 2020 tenha havido baixa de 6,6%.
No grupo dos produtos não-alimentícios, a variação positiva em relação a outubro foi tímida (0,4%), e a queda na comparação com novembro do ano anterior ficou em 4,1%.
“Apesar de ser uma notícia positiva, o crescimento da agroindústria deve-se, pelo menos em parte, à estreita base de comparação que foi o mês de outubro, cuja queda foi de 2,9% frente ao mês imediatamente anterior”, afirmam os analistas do FGV Agro.
De janeiro a novembro, o PIMAgro ficou estável (alta de 0,1%) ante o mesmo período de 2020. “A variação acumulada no ano, com o passar dos meses, foi ficando sensivelmente menor. Em maio de 2021, era 8%; em julho, 5,1%; e em outubro, 0,7%. Ou seja, claramente, o setor perdeu fôlego ao longo do ano”, disse o centro.
Como o resultado de dezembro deve ter sido negativo, já que no mesmo mês de 2020 houve crescimento de 12,8% em relação a dezembro de 2019, a expectativa é que em 2021 como um todo tenha havido retração da agroindústria.