A área de cultivo de milho deve ter redução de 20% no Paraná na safra de verão 2009/10, o menor plantio registrado desde a década de 70, segundo a primeira estimativa divulgada ontem pela Secretaria de Agricultura do Estado. Os agricultores pretendem destinar 1,014 milhão de hectares para o grão, 254 mil hectares a menos que em 2008/09. A área prevista para o cultivo de soja teve aumento de 7%, para 4,27 milhões de hectares, um incremento de 262 mil hectares. Se o clima ajudar, a produção de soja pode chegar a 13,07 milhões de toneladas, um recorde. Na colheita anterior, o volume foi de 9,37 milhões de toneladas.
Ao todo, 5,68 milhões de hectares serão destinados ao cultivo de grãos no Estado na safra de verão, ante 5,7 milhões de hectares no período anterior. Também haverá redução nas áreas de algodão (-22%), amendoim (-13%) e feijão (-8%).
O secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, disse que a tendência é de estabilização no plantio, uma vez que o avanço em locais de pastagem e arenito não existe mais. “Não encontramos desestímulo no plantio e não há previsão de seca. O produtor vai usar tecnologia na produção” afirmou o secretário sobre a situação no campo após quebra causada por problemas climáticos na safra passada e também sobre as cotações do milho, do trigo e do feijão, que estão abaixo do preço mínimo.
A produção de grãos no Estado chegará a 20,8 milhões de toneladas no Estado, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria da Agricultura. A previsão é menor que em anos anteriores, quando se falava em 22 milhões de toneladas, porque a produtividade do milho é maior que a da soja e, como houve alteração nas áreas de plantio, isso fará diferença também no volume final. No entanto, como o Estado teve problemas com estiagem na safra passada e colheu 16,5 milhões de toneladas, agora poderá produzir 26% mais.
O plantio da safra de verão começa a ser intensificado em setembro no Estado. Para Bianchini, se não houver novas frustrações e se o quadro traçado no momento for confirmado, o Paraná poderá retomar a condição de maior produtor do País.
Para a safra cheia é esperada produção de cerca de 30 milhões de toneladas de grãos. Em 2008/09, somando as culturas de verão e inverno, o total pode chegar a 25,5 milhões de toneladas. Segundo Bianchini, a produção de trigo deve ficar um pouco abaixo das 3,18 milhões de toneladas esperadas, porque a cultura foi prejudicada por chuvas e doenças.
Os técnicos do Deral explicaram que os agricultores preferiram reservar mais espaço para a soja por vários motivos. Entre eles, a liquidez do grão e o custo de produção menor. Segundo eles, “apesar de os preços da soja não sinalizarem tendência positiva”, a comercialização do grão está apresentando melhor rendimento que o milho.
Em agosto, a saca de milho foi negociada por R$ 14,70, valor menor que os R$ 16,50 do preço mínimo. Em igual período de 2008, a saca valia R$ 18,44. Mesmo com preços pouco atrativos e redução na área, se não houver quebra, a produção 2009/10 de milho chegará a 7 milhões de toneladas, 8% mais que os 6,55 milhões registrados em 2008/09.