Para o setor avícola do Paraná, a crise econômica é coisa do passado. O setor vem recuperando o seu perfil de exportador, consolidando novas negociações com mercados já consolidados além da busca por novos centros compradores da carne de frango paranaense. O momento positivo reflete-se também em números. No mês passado, o estado foi o principal exportador brasileiro de frango de corte, alcançando o volume de 86.272.528 quilos exportados, um crescimento de 7,14% comparado ao mês de junho. Segundo dados do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), a expectativa é de crescimento de 7% no volume exportado, comparado ao primeiro semestre do ano.
Grande parte do sucesso alcançado pela atividade no Estado se dá pelo modelo adotado no Paraná para a atividade avícola, com a integração entre avicultores e indústrias. De acordo com levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab), cada vez mais produtores rurais estão se dedicando à produção de frango de forma integrada, isto é, com subsídio das indústrias avícolas no Paraná. Em agosto do ano 2000, havia 5.810 aviários cadastrados pela SEAB no estado; hoje eles somam 11.465, o que representa um aumento de 50,6% no período. O número de granjas dobrou em menos de uma década, impulsionado pelo boom da avicultura no Paraná. Hoje, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o estado é o principal produtor nacional de frango de corte, com a produção de 707.528.816 cabeças de frango no acumulado janeiro-julho de 2009. No ano passado, foram produzidas 1.222.123.962 cabeças de frango no período de janeiro a dezembro de 2008.
De acordo com o gerente agroindustrial da Frangos Canção, Valmor Ceratto, com o crescimento do mercado avícola em especial na região Noroeste do estado, principal núcleo produtivo de frango de corte do Paraná, o produtor percebeu as vantagens em se apostar nesse segmento. “A avicultura é uma das áreas do agronegócio que mais se desenvolve. O clima é favorável para esta atividade e o mercado está cada vez mais aberto às exportações”, explica.
Para os produtores rurais, as vantagens em investir na avicultura são: a valorização das propriedades, o incremento da receita e a possibilidade de utilizar os resíduos da atividade (adubo) em culturas de milho, soja, cana, reflorestamento e fruticultura. Assim, aumentam a receita familiar destes agricultores. A viabilização de financiamento junto aos bancos, para o empreendimento, também é facilitada. “A Frangos Canção tem um convênio e ajuda a agilizar os documentos, por meio de um projeto de custeio desenvolvido por nossos profissionais”, acrescenta Ceratto.
Já para os municípios, os benefícios são verificados no incremento da receita agropecuária. “Cada mil aves alojadas no município correspondem a uma receita anual de três alqueires de terra”, explica Valmor Ceratto. Para ele, o desenvolvimento econômico municipal tem uma grande alavancagem com os investimentos em avicultura. Outro fator de destaque é a rentabilidade que uma pequena área de terra oferece, pois a performance municipal, em termos de retorno, melhora significativamente. Há maior geração de empregos e, consequentemente, renda e receita. Além disso, evita-se o êxodo rural, pois os trabalhadores mantêm-se no campo, sem ter de migrar para a cidade.