Após enfrentar problemas com o excesso de chuvas, as lavouras de soja 2021/22 da região do Matopiba (confluência entre os Estados do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) caminham para uma boa reta final de desenvolvimento nesta safra 2022/23, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizado neste mês (até o dia 21).
“As chuvas ocorreram em níveis elevados e causaram restrições pontuais à cultura devido ao excesso de umidade; porém, no geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, inclusive com o início das operações de colheita em algumas áreas”, informou a estatal.
Ainda de acordo com a companhia, a seca que atinge áreas do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul seguem preocupando – em especial no Rio Grande do Sul, os trabalhos de plantio continuam longe do fim.
Situação mais tranquila vivem os outros dois Estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita da soja segue em bom ritmo e ultrapassou 15% da área cultivada, com rendimentos considerados bons. “ Há casos pontuais de grãos avariados, especialmente por ataques de insetos, mas dentro de um nível tolerável”, relatou a Conab.
Já em Goiás, os trabalhos de colheita ainda engatinham, com poucos registros apenas em áreas mais precoces, mas com bons rendimentos. O excesso de chuva tem atrapalhado a dessecação pré-colheita e casos de ferrugem asiática, mas ainda dentro de um limite aceitável, de acordo com a estatal.
Milho
No caso do milho cultivado no verão, a Conab voltou a relatar problemas em Paraná e Rio Grande do Sul.
No Paraná, cerca de 67% das lavouras estão classificadas como ruins ou regulares, o que vem prejudicando seu potencial produtivo. “A cultura se apresenta em estágios fenológicos mais adiantados se comparado a anos anteriores, em razão das condições adversas de seca e altas temperaturas que aceleram o seu ciclo”, disse a Conab, em relatório.
No Rio Grande do Sul, a situação não tem sido muito diferente. Com a escassez de chuvas, a colheita segue acelerada, com o plantio ainda longe do fim. “Os prejuízos aumentam, especialmente nas lavouras de sequeiro, mas também já chegam às áreas irrigadas, visto que os reservatórios hídricos estão com níveis baixos”, prosseguiu.
No Matopiba, o excesso de chuva no momento está inviabilizando a conclusão do plantio, mas a tendência é que os trabalhos sejam encerrados nas próximas semanas.
“De maneira geral, as lavouras já implantadas apresentam bom desenvolvimento e não sofreram danos significativos em decorrência das precipitações elevadas”, disse a Conab.
Por fim, em Goiás, as condições se mantêm favoráveis à cultura no Estado. A previsão é de que a colheita do milho se inicie apenas após a finalização da colheita da soja, que deve ocorrer a partir de março.