O Ministério da Fazenda havia anunciado que os recursos do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) estariam no fim. Contrariando as expectativas, no entanto, o coordenador da Aprosoja para a região médio norte, Neri Geller, disse hoje (19/10), que está otimista quanto à realização de mais um leilão de PEP e um de PEPRO.
“É a única forma de catalisar a comercialização sem prejuízos ao produtor”, argumentou o empresário do médio norte matogrossense, estado com grande produção agrícola mas que possui sérios problemas de logística.
Uma audiência com o governador Blairo Maggi na quinta-feira (15/10) da semana passada sugeriu isso. Segundo Geller, a Aprosoja tem articulado um movimento grande em torno da questão, e mostrado às autoridades do governo federal – através de uma concentração de esforços que envolve o trabalho político da senadora Serys M. Slhessarenko, do presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Júlio Cimpak, e do deputado José Riva, que o expediente é possível e viável.
A confiança do empresário se baseia – também – existência de orçamento e no respeito que a Aprosoja adquiriu junto às negociações na esfera federal.
Só para se ter uma idéia, dos últimos leilões realizados, a entidade teve participação efetiva em quase todos, liberando para o estado de Mato Grosso recursos que movimentaram 5 milhões de toneladas de milho do PEP, 1 milhão do Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), e mais 1,1 milhão entre contratos de opções.
No leilão de amanhã será ofertada 800 mil toneladas do produto para todo o país, sendo 590 mil toneladas, cerca de 73,7% do volume, só para Mato Grosso.
Do total disponibilizado, 220 mil toneladas serão provenientes da região Norte, 270 mil (t) do Médio Norte e 100 mil (t) da região Sul.
Também participam do leilão os Estados da Bahia (40 mil t), Goiás (60 mil t), Mato Grosso do Sul e Paraná (com 30 mil t cada) Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e Tocantins (com 10 mil t cada).
Pulverização de recursos – A pulverização dos recursos destinados pelos leilões é uma orientação da Aprosoja e um acordo formal dos agricultores em fazer com que os pequenos não sejam prejudicados.
Com a Aprosoja comprometida em trabalhar na obtenção de mais recursos para futuros leilões, Geller não vê motivos para euforia e acredita que os produtores seguirão a orientação “até para que o mercado não fique desestabilizado e crie deságio no processo de comercialização”.
A entidade, segundo Geller, irá trabalhar até que a oferta e a demanda pelo produto estejam equilibradas.