A expectativa de redução de área de milho no Rio Grande do Sul se confirmou. Cerca de 20% da área que seria cultivada com o cereal foi coberta por soja, em função, principalmente, dos baixos preços pagos pela saca de milho no mercado interno. Essa mudança de perfil resultou nesta safra no estabelecimento de 1 milhão de hectares com milho, contra o 1,3 milhão da safra passada, com expectativa de produção total de 4,3 milhões de toneladas.
No entanto, mesmo com a redução, o presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, disse que os índices de produtividade devem ser maiores do que os registrados em 2009, fator que pode levar a uma equiparação em termos de produção e compensar o recuo da área. “A área reduziu, mas a produtividade deve saltar de 70 para 80 sacos por hectare”, acredita o dirigente.
Essa perspectiva se deve às previsões climáticas favoráveis, que apontam a ocorrência do fenômeno El Niño, com volumes de chuvas bem distribuídos durante os períodos mais críticos das lavouras. O incremento do uso de tecnologia a campo também foi apontado pelo dirigente como fator preponderante para o aumento da produtividade do cereal. “Os insumos estiveram mais baixos nesse ano o que fez o produtor investir mais”, destacou Rodrigues.
Notícias Relacionadas
Quando o assunto é comercialização, as notícias não são muito animadoras: apesar da valorização de 3,21% nos preços pagos nos últimos 30 dias, a cotação da saca de 60 quilos paga ao produtor segue abaixo das cotações históricas, o que faz com que os negócios se tornem lentos e com poucos volumes negociados. Nesta semana, a cotação média no Estado aumentou apenas R$ 0,01 em relação à anterior, fixada em R$ 17,38.
Com mais de 25% da área plantada, as lavouras de soja encontram-se em perfeito estado de desenvolvimento e a expectativa é de que sejam produzidos mais de 9 milhões de toneladas, contra os 7,9 milhões produzidas na safra passada, conforme as previsões da Farsul. O aumento de área ficou em torno dos 123 mil hectares, saltando dos 3,82 milhões para 3,94 milhões de hectares.
O indicativo de aumento de produção se deve à possibilidade de incrementar tecnologia a campo, assim como a adição de melhores sementes e formas de manejo, destacou o assistente-técnico em soja da Emater-RS, Alencar Rugeri. “Esse aumento não tem relação direta com a expansão de área, pois ele é muito insignificante, se levarmos em conta o total de área de soja cultivado pelos gaúchos.” A comercialização da soja também não vem apresentando dificuldades, pela alta demanda e os bons preços praticados pelos mercados compradores.
