Na próxima quinta-feira (17 de novembro), às 09h, será realizada nova audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Na ocasião a Acsurs vai expor, novamente, as dificuldades que os suinocultores integrados da Doux Frangosul estão enfrentando, tendo em vista que estão sem receber os valores de vários lotes já entregues à empresa e, em função disso, estão acumulando dívidas.
Segundo o Presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Luís Folador, os produtores têm ligado constantemente para a entidade, pedindo apoio e relatando as dificuldades enfrentadas, as quais, segundo estes, são terríveis. Muitos já tiveram suspenso o fornecimento de energia elétrica por falta de pagamento e estão com o nome incluído nos cadastros de proteção ao crédito, além de já terem despedido funcionários de suas granjas por não terem condições de pagá-los.
Além disso, recentemente, o Presidente da Acsurs reuniu-se com suinocultores de Capitão, no Vale do Taquari, para ouvir suas dificuldades. Como a entidade já havia levado a questão à Assembleia Legislativa e, ainda assim, os produtores continuavam queixando-se dos atrasos, a Acsurs levou o assunto até a Promotoria Pública da Comarca de Arroio do Meio, para que a mesma, em defesa dos produtores do município, tomasse as medidas cabíveis. O pedido está em tramitação.
Entenda o caso
Os atrasos nos pagamentos da Doux Frangosul, que já duram dez meses, não se restringem apenas aos suinocultores, pois produtores de frangos também estão com pagamentos atrasados. Neste período, já foram realizadas diversas reuniões entre produtores e representantes da empresa, buscando a regularização dos pagamentos. Somente a Acsurs já provocou uma reunião em sua sede e uma audiência pública, na Assembleia Legislativa.
Segundo a Fetag-RS, a dívida da empresa, entre produtores de aves e suínos, chega a vários milhões de reais. O prazo contratual para pagamento aos integrados é de 30 dias após a entrega dos animais para a Doux. Porém, em fevereiro esse intervalo começou a aumentar. Em outubro a empresa se comprometeu a pagar até 23 de dezembro pelos lotes mais atrasados, abatidos de 18 de maio a 26 de junho.
A Doux vem vivendo dificuldades na Europa por conta da perda de competitividade. No Brasil, já se desfez de um ativo em junho deste ano: vendeu para a Marfrig suas operações de peru por R$ 65 milhões.