De acordo com os dados atualizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na edição de julho do AgroConab, a produção dos principais tipos de carnes no Brasil está estimada em cerca de 29,6 milhões de toneladas. Caso essa estimativa se confirme, será o maior nível já registrado na série histórica, abrangendo as carnes de aves, suínos e bovinos.
A perspectiva de recorde é impulsionada principalmente pela produção de carne suína, que em 2023 pode alcançar 5,32 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. Esse volume será o maior já registrado no país e permitirá um crescimento nas exportações de aproximadamente 10,1%, alcançando 1,22 milhões de toneladas. Entretanto, a disponibilidade interna não será impactada, prevendo-se um leve aumento de 0,6% para 4,12 milhões de toneladas.
A produção de carne bovina também apresenta aumento esperado, totalizando cerca de 9 milhões de toneladas. Esse crescimento já era esperado devido ao ciclo pecuário, que leva a um maior abate de fêmeas e, consequentemente, a uma maior oferta de carne no mercado. Apesar disso, as exportações dessa carne devem ter uma redução de aproximadamente 3,3% em relação ao ano anterior, totalizando 2,91 milhões de toneladas. Por outro lado, a disponibilidade no mercado doméstico deve apresentar um incremento de 8,6%, alcançando 6,23 milhões de toneladas.
No caso da carne de aves, a estimativa é de uma produção de 15,21 milhões de toneladas, o que representa o segundo maior registro na série histórica. O cenário de registro de gripe aviária em diversos países, como na Europa, Japão e Estados Unidos, aumentou a procura pela carne brasileira, que deve ter suas exportações crescerem em torno de 10,2%, alcançando um novo recorde de 5,12 milhões de toneladas.
Para os ovos, a Conab estima que a produção em 2023 deva atingir um novo recorde de cerca de 40 bilhões de unidades para consumo. No entanto, o alto custo de produção nos últimos anos fez com que muitos avicultores descartassem as matrizes de postura, o que pode gerar oscilações nos preços em alguns momentos. Além disso, a ocorrência de influenza aviária nos Estados Unidos é um dos fatores que tem elevado as cotações no mercado externo.
Com a estimativa de cerca de 203 milhões de habitantes no país, conforme o censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a oferta desses produtos busca atender à demanda crescente do mercado interno e também ampliar as oportunidades de exportação para mercados diversificados.