A tecnologia para produzir álcool a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar -o chamado etanol de segunda geração- começa a ser aplicada experimentalmente em usinas no próximo ano.
A expectativa é que a pesquisa, desenvolvida pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), tenha aplicação em escala industrial em até cinco anos, disse Thomas Ritter, diretor do CTC.
Antes, será preciso testá-la para ajustes finais. A pesquisa foi apresentada ontem no Cana Show, evento em Piracicaba (160 km de SP).
A produção de etanol pelo uso da “sobra” de moagem da cana trará ganho de produção de álcool de 30% a 50%. A solução soa ideal para atender a crescente demanda no país, dado o aumento de veículos flex, que já representam 51% da frota.
A estimativa da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) é que até 2020 seja preciso abastecer o mercado com 28 bilhões de litros de etanol, quando 81% dos veículos do país terão tecnologia flex, diz Antônio Rodrigues, diretor da Unica.
As usinas produziram até 16 de novembro 12,2 bilhões de litros de etanol hidratado.
O processo de produção consiste em usar palha e bagaço de cana -biomassa- e produzir mais álcool após processo que envolve reações químicas. Nele, a glicose é retirada da celulose e, via fermentação, transformada em álcool. Por fim, o álcool é separado da água.
Cada quilo de celulose que sobra da moagem produz 0,7 litro de etanol.