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Agroindústria catarinense e ferrovias - por Odacir Klein

O oeste catarinense corre o risco de sérios prejuízos para seu parque industrial, se não contar com facilidades com vistas ao abastecimento de rações para suas agroindústrias da área de proteínas animais.

Agroindústria catarinense e ferrovias - por Odacir Klein

Já escrevi, em diversas oportunidades, a respeito da infraestrutura para abastecimento de milho no oeste catarinense e escoamento da produção regional, principalmente de proteínas animais, para o mercado interno e portos visando às exportações.

No 3º Fórum Nacional do Milho, realizado em Não-Me-Toque/RS, o representante da Copercampos, Clebi Renato Dias, apresentou dados sobre o assunto e mencionou exemplo que já repeti algumas vezes, por julgar elucidativo, de que segundo Mário Lanznaster, presidente da cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora , se fossem colocados em fileira os caminhões necessários ao transporte de milho do Centro-Oeste para aquela região, formariam um comboio de 1.500 km.

Em publicações no Portal do Fórum do Milho e nas revistas alusivas às terceira e quarta edições do mesmo, a Klein & Associados sempre insistiu na importância de duas ferrovias: uma para levar milho das regiões produtoras de segunda safra ao oeste catarinense e outra para transportar carnes principalmente para os portos.

Com euforia, li notícias da presença do ministro dos transportes Paulo Sérgio Passos em seminário na cidade de Chapecó, no último dia 18.

Pelo que tomei conhecimento, o mesmo anunciou:

– Edital para contratação de estudos visando à futura construção do trecho de 400 km ligando Chapecó ao Porto de Itajaí, pela chamada Ferrovia do Frango;

– Edital para estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental visando à continuidade da Ferrovia Norte-Sul, com destaque para trecho ligando Panorama, no estado de São Paulo, ao Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, passando por Chapecó, no oeste catarinense.

Alguns poderão dizer que lançar editais para a contratação de estudos significa apenas um primeiro passo. No entanto, não há caminhada sem primeiro passo.

Há muitos anos, lendo versos do poeta Geir Campos, o mesmo me pareceu contraditório quando, em uma poesia chamada Alba, dizia que não faz mal que amanheça e que o que nos cabe é ter enxutos os olhos e a intenção de madrugar.

Na outra, intitulada Poética, dizia:

“Eu quisera ser claro de tal forma

que ao dizer

– rosa!

todos soubessem o que haviam de pensar.

Mais: quisera ser claro de tal forma

que ao dizer

– já!

todos soubessem o que haviam de fazer.”

Convenci-me, posteriormente, de que o poeta pregava perseverança e ousadia.

O oeste catarinense corre o risco de sérios prejuízos para seu parque industrial, se não contar com facilidades com vistas ao abastecimento de rações para suas agroindústrias da área de proteínas animais. De outro lado, precisa baratear custos relativos ao escoamento da produção.

Ao meu juízo, o Ministro não apenas estimulou a intenção de madrugar mas, ao anunciar os editais, disse já, iniciando processos para o definitivo atendimento às reivindicações de tão importante região do estado catarinense.

Os poderes constituídos e a sociedade civil organizada continuarão, sem dúvidas, insistindo para atendimento dos pleitos.

Por Odacir Klein, advogado e profissional da área contábil. É sócio da Klein & Associados e coordenador do Fórum Nacional do Milho.
www.forumdomilho.com.br