As perspectivas e os desafios para o desenvolvimento de uma química renovável brasileira estão descritos no livro “Biomassa para Química Verde”, que foi lançado pela Embrapa Agroenergia na abertura do II Simpósio Nacional de Biorrefinarias. O evento, promovido pela Embrapa Agroenergia, Abiquim e a Dechema aconteceu de 24 a 26 de setembro, em Brasília .
Em sete capítulos, os autores tratam do potencial técnico-econômico da utilização da biomassa como matéria-prima para a química, a partir da visão da química verde. Segundo o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira Souza Júnior, a obra busca contribuir para o avanço do conhecimento e da aplicação da biomassa na química, de modo a criar e consolidar novas oportunidades agroindustriais para o Brasil.
Souza ainda ressalta que as biorrefinarias e a química verde enfocam o aproveitamento integral da biomassa, de modo que se construam cadeias de valor similares àquelas dos derivados do petróleo, porém com menor impacto ao meio ambiente.
“A necessidade de desenvolvimento de novas matérias-primas renováveis para esta área, em substituição ao petróleo, tem se mostrado um desafio estratégico para o século em que estamos”, diz o editor técnico, Silvio Vaz Júnior, pesquisador da Embrapa Agroenergia.
Vaz destaca a importância do uso dos diferentes tipos de biomassa vegetal, como as amiláceas, as lignocelulósicas, as oleaginosas e as sacarídeas. Elas podem se consolidar tanto como alternativa de uso de matérias-primas mais baratas e menos poluentes quanto como modelo de agregação de valor econômico às cadeias agroindustriais já consolidadas, como é o caso da soja, da cana-de-açúcar, do milho e das florestas plantadas.
Tais linhas de ação poderão, sobretudo, contribuir para a sustentabilidade dos processos de produção de diferentes tipos de produtos químicos orgânicos, desde detergentes a fármacos, os quais são de largo uso na atualidade.