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Nutrição Animal

Alimentos alternativos podem aumentar a eficiência de produção e manutenção dos preços de mercado dos suínos

A disponibilidade local e regional de alimentos a preços compatíveis com os preços pagos por quilograma de suíno é o que garante a viabilidade de produção econômica da suinocultura.

Alimentos alternativos podem aumentar a eficiência de produção e manutenção dos preços de mercado dos suínos

A disponibilidade local e regional de alimentos a preços compatíveis com os preços pagos por quilograma de suíno é o que garante a viabilidade de produção econômica da suinocultura.

Na formulação de rações para suínos, os ingredientes mais utilizados são o milho e o farelo de soja que sofrem constantemente variações de preço refletindo diretamente na margem de lucro do suinocultor e torna muitas vezes a produção de suínos economicamente inviáveis. Dessa forma, a busca por alimentos alternativos que atendam às exigências de nutrientes e de energia nas diferentes fases de produção a menor custo sem afetar negativamente o desempenho dos animais é uma necessidade para maior eficiência de produção e manutenção dos preços de mercado.

Com o objetivo de determinar as melhores opções de utilização de alimentos alternativos energéticos, proteicos e minerálicos, tem sido desenvolvidas pesquisas.

De acordo com Bellaver e Ludke (2004) apud Santana (2012), as alternativas de alimentação de suínos disponíveis para uso direto nas granjas são restringidas aos macro-ingredientes de origem vegetal, que podem ser:

Essencialmente Energéticos: raiz de mandioca (in natura, silagem da raiz, raspa integral, farinha, farelo residual) e caldo de cana. O nível de proteína nesses ingredientes é baixo, exigindo que seja aumentada a proporção das fontes proteicas, o que representa uma importante limitação.

A raspa (seca) integral da raiz de mandioca em termos percentuais pode responder por até 50% da dieta. O caldo de cana apresenta em termos comparativos uma energia metabolizável de 3202 Kcal/kg quando expresso com um valor hipotético de 88% de matéria seca. Entretanto, este ingrediente é de difícil manejo e transporte, podendo até mesmo inviabilizar a sua utilização.

Energéticos idênticos ao milho: sorgo, milheto, grão de arroz e arroz na forma de quirera. Apresentam a possibilidade de substituição total do milho causando apenas pequenos ajustes na porcentagem dos demais ingredientes da ração. No mesmo grupo podem ser incluídas muitas sementes de gramíneas. Porém, algumas delas (principalmente as tropicais) apresentam valor energético muito menor do que o milho. A silagem de grão de milho úmido pode ser estrategicamente usada visando à redução em até 28 dias no tempo de ocupação da lavoura, e a sua inclusão nas dietas de todas as categorias de suínos pode ser realizada via substituição total do milho, desde que realizados os ajustes em função do teor de umidade, da maior disponibilidade dos minerais e, proporcionalmente a um mesmo nível de umidade, maior valor de energia metabolizável.

Fornecedores de energia com nível de proteína mais elevado do que o milho (pelo menos acima de 14%): farelo de arroz integral (muito sensível à rancificação), semente de girassol e soja integral inativada (tostada, cozida, extrusada). São os ingredientes que apresentam elevado teor de extrato etéreo e por esse motivo apresentam maior densidade energética. São recomendados para substituir entre 75 a 100% da proteína fornecida pelo farelo de soja em dietas para matrizes em lactação. A soja devidamente processada pode ser incluída em até 20% nas dietas nutricionalmente equilibradas a serem fornecidas para os leitões nas dietas pré-iniciais e iniciais. Para suínos em terminação o elevado teor de gordura insaturada afeta a qualidade da gordura na carcaça. A inclusão do farelo de arroz integral em rações para suínos em crescimento e terminação deve ser restringida até um máximo de 30% da dieta.

Fornecedores de proteína: farelo de algodão, farelo desengordurado de arroz, farelo de girassol e sementes de leguminosas, em especial o guandú. São ingredientes aptos à inclusão em dietas de suínos em crescimento e terminação e fêmeas em gestação, substituindo entre 50 a 75% da proteína oriunda do farelo de soja. Como regra geral as sementes de leguminosas apresentam, em níveis variados, fatores antinutricionais que devem ser adequadamente inativados (exceção feita para a ervilha).

Fornecedores de proteína com baixa energia: feno de leucena e feno da folha de mandioca que podem substituir parcialmente o farelo de soja. São ingredientes preferenciais para serem incluídos em proporção definida (no máximo 10%) nas dietas de fêmeas em gestação porque apresentam elevado teor de fibra bruta e baixa densidade energética.

Uma das maiores limitações na utilização de subproduto de origem vegetal ou animal é a presença de fatores antinutricionais nas rações dos animais monogástricos que podem diminuir a digestibilidade dos nutrientes, afetando o consumo e o desempenho animal.

Como forma de superar os fatores antinutricionais têm-se utilizado enzimas digestivas como catalisadores da digestão com o objetivo de melhorar o valor nutricional dos cereais. As principais são as celulases, pentosanases, beta-glucanases, xilanases, fitases e outras, que não são sintetizadas pelos não ruminantes. Entre os vários benefícios da ação das enzimas exógenas adicionadas às rações de suínos destacam-se: efeito sobre a parede celular das fibras provocando sua ruptura; redução da viscosidade intestinal provocadas pelos PNA; eliminação de fatores e propriedades antinutricionais e melhora na digestão do amido e proteínas aumentando a retenção de energia e o desempenho produtivo dos animais.