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Biotecnologia

Pesquisas com milho transgênico avançam na Embrapa.

Da Redação 22/02/2005 – Pesquisa feita na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) demonstrou eficiência da bactéria Bt (Bacillus thuringiensis) no controle da lagarta-do-cartucho, uma das principais pragas que atacam as plantações de milho no Brasil. O pesquisador Fernando Hercos Valicente é o coordenador da pesquisa, que caracterizou cepas de Bt para a detecção dos genes cry1.

Esse genes são específicos para os lepidópteros, classificação (ordem) à qual pertence a Spodoptera frugiperda, agente causal da praga. O gene cry1C, descrito na literatura científica como um dos mais eficientes no controle da lagarta-do-cartucho, foi identificado em um cepa coletada em amostra de solo feita em Rolândia-PR.

Isolado e amplificado, o cry1C passou por processos de clonagem e de seqüenciamento nos laboratórios do Núcleo de Biologia Aplicada da Embrapa Milho e Sorgo, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Uma das linhagens de milho transgênico trabalhadas na pesquisa matou todas as lagartas que dela se alimentaram.

Como meios alternativos para o cultivo do Bt, foram realizados quatro bioensaios que demonstraram a mortalidade total da lagarta-do-cartucho. Em um dos ensaios, que utilizou arroz autoclavado (esterilizado) na produção de Bt, o custo de produção foi de aproximadamente R$0,07 por hectare. Outra alternativa, que está em teste na Embrapa, é o cultivo da Bt em adubo orgânico de biodigestor, que é líquido e gerado através de esterco suíno. Os primeiros resultados em laboratórios são animadores.

Os testes no campo com o inseticida biológico à base de Bt estão em fase inicial. De acordo com Fernando Valicente, a expectativa é de que entre dois anos e meio e três anos a Embrapa tenha desenvolvido seu milho transgênico. O objetivo de todo esse trabalho é reduzir a quantidade de inseticidas químicos atualmente aplicada no controle da lagarta-do-cartucho. O controle biológico dessa praga através da Bacillus thuringiensis, além de ser uma alternativa viável, é muito mais barato do que usar produtos químicos nas lavouras de milho.