Redação AI (15/02/06) – A excessiva demora do governo em aprovar e implementar um plano para a regionalização sanitária da avicultura brasileira causa grande preocupação em todo o setor avícola do País. “O avanço da Influenza Aviária em países da Ásia e da Europa demonstra que o Brasil precisa adotar o quanto antes um conjunto de medidas rigorosas destinadas a prevenir o ingresso dessa doença no território brasileiro ou, na hipótese de ela ocorrer, de criar as condições para circunscrever e erradicar rapidamente eventuais focos”, disse hoje o presidente da União Brasileira de Avicultura, Zoé Silveira dAvila, após se encontrar com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan.
Para Zoé dAvila, o Brasil, que é o maior exportador mundial de carne de frango, corre o risco real de ver interrompidas as suas exportações do produto. “Sem a regionalização sanitária, e no caso de haver entre nós ocorrências de Influenza Aviária, o setor avícola caminhará para um desastre de enormes proporções, uma vez que muitos países suspenderão suas compras dos nossos produtos avícolas, abrindo a possibilidade de retração do mercado interno e com reflexos, inclusive, no consumo de carne suína e bovina.”
O presidente da UBA lembrou que há dois anos o setor avícola brasileiro vem tentando sensibilizar o governo federal para a necessidade de dividir o Brasil em regiões sanitárias independentes, proibindo-se o trânsito de aves vivas para abate e descarte entre elas e tornando ainda mais rigorosas as precauções de caráter sanitário, inclusive nos portos e aeroportos. Tais medidas são necessárias para reduzir o mais possível as possibilidades de contaminação dos plantéis de aves. Se, mesmo assim, ocorressem casos de Influenza Aviária em determinado ponto do território brasileiro, as demais regiões poderiam continuar produzindo e exportando normalmente, já que estariam sanitariamente isoladas umas das outras.
Além de avistar-se com o Ministro Luiz Furlan, o presidente da UBA esteve com o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e com o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Nos três encontros, tratou da questão da gripe aviária e da ameaça de greve dos fiscais agropecuários das áreas de inspeção e defesa sanitária federal. Ouviu dos ministros que o governo tem a disposição de atender às reivindicações dos fiscais, tendo o assunto sido encaminhado à Ministra Dilma Roussef, da Casa Civil. “Uma eventual greve dos fiscais também afetaria fortemente as exportações e criaria problemas de logística, uma vez que a indústria de processamento tem um limite para a sua capacidade de estocar a produção”, alertou o presidente da UBA.