Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Momento de ajustes

Avicultura brasileira passa por um momento de ajustes em sua produção. A União Brasileira de Avicultura (UBA) recomenda controle à cadeia produtiva, com uma redução de, pelo menos, 10% nos alojamentos mensais de pintos de corte neste primeiro semestre de 2006.

Clóvis Puperi, da UBA, diz que é preciso controlar a produção avícola neste primeiro semestre

Redação AI (21/02/06) – A preocupação está no desenrolar de uma crise na avicultura brasileira. “Precisamos controlar a produção de frango para não termos um excesso de carne no mercado interno e provocarmos uma queda drástica nos preços do produto”, alerta Clóvis Puperi, diretor executivo da União Brasileira de Avicultura (UBA). Segundo ele, a ordem do momento é reduzir o alojamento mesal de pintos de corte em, pelo menos, 10%. “No último trimestre de 2005, registramos uma média mensal de 417 milhões de pintinhos alojados. Hoje, não podemos sustentar este número. Precisamos reduzir o alojamento mensal”, diz. De acordo com Clóvis, várias agroindústrias avícolas já estão atendendo a recomendação da UBA e tentando reduzir a sua produção em 15% ou até 20%. “O momento da avicultura brasileira ainda não é crítico, mas o setor precisa se ajustar neste primeiro semestre de 2006 para chegar na segunda metade do ano com um pouco mais de fôlego”, afirma.

Conforme o diretor executivo da UBA, este excesso na produção de carne de frango foi gerado pela empolgação das excelentes exportações da carne em 2005 e também pela queda no consumo internacional do produto no início deste ano, provocada pelos surtos da gripe aviária na Ásia e na Europa. “O consumidor, de uma forma geral, está desenvolvendo uma reação emocional ao consumo do frango, por conta da gripe. Mas é bom salientar que a carne de frango cozida não oferece risco algum à saúde humana”, reforça Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef).

Freio na produção

A preocupação da UBA e da Abef também está voltada à possível paralização dos fiscais agropecuários federais. “Uma nova greve neste momento seria o caos para a avicultura brasileira”, diz Clóvis Puperi. De acordo com ele, os fiscais já votaram pela nova greve, marcada para o dia 3 de março. “A avicultura, a suinocultura e a bovinocultura de corte estão unidas para tentar ajudar nas negociações entre os fiscais e o governo e, assim, evitar a greve”, comenta. “Se a greve realmente ocorrer, nós não teremos aonde estocar a carne de frango e nem como enviar o produto para o exterior, pois os mercados internacionais como Oriente Médio, Europa e Japão, nossos principais compradores, já estão abastecidos por um período de 60 dias”.