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Suinocultores querem linha de crédito para projetos ambientais

A Câmara Setorial do Milho, Sorgo, Aves e Suínos aprovou dia 21/02 a proposta de criação de uma linha de crédito para investimento em obras que diminuam o impacto ambiental de dejetos oriundos de criatórios de suínos.

Redação SI (23/02/06) – A proposta segue agora para a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que posteriormente submeterá o documento ao Conselho Monetário Nacional.

A proposta de linha de crédito foi encaminhada à câmara por meio de Nota Técnica elaborada pelos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente (MMA), Desenvolvimento Agrário (MDA) e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A nota sugere a criação de uma linha de crédito a juro zero e prazo de amortização de até dez anos para que produtores invistam em ações de correção ambiental sem comprometer a capacidade de pagamento.

“Além da falta de retorno econômico no curto prazo, a estreita margem operacional, que caracteriza a matriz econômica da suinocultura, é também fator decisivo, pois inibe os investimentos em processos e equipamentos, comprometendo o custeio das tarefas ambientais, acumulando, ao mesmo tempo, passivos ambientais difíceis de serem resolvidos”, justifica o texto do documento.

A nota técnica faz também um alerta sobre o risco de contaminação do solo, dos mananciais naturais de água, do ar e da saúde da população em virtude do crescimento da emissão de dejetos resultantes da criação industrial de porcos.

De acordo com o documento elaborado pelo Mapa, MMA, MDA e MDIC, os problemas oriundos do manejo incorreto dos dejetos de suínos têm sido apontados como limitador das exportações do produto e, se não resolvido, poderá se tornar uma barreira “técnico/ambiental” às exportações brasileiras.           

Em 2005, a Região Sul foi a principal produtora nacional de carne suína, seguida na ordem das Regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A estimativa para 2006 é que este ranking seja mantido, onde os estados de maior produção são: SC, RS, PR, MG, SP, GO, MT e MS.

Estima-se que no Brasil existam cerca de 30 mil estabelecimentos suinícolas voltados para a produção industrial (tecnificados). Neste número não estão considerados os estabelecimentos que produzem suínos apenas para subsistência ou que atuam marginalmente no mercado, com pouca inserção na cadeia produtiva.

A partir de levantamento realizado em 2005 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) calcula-se que o Brasil tenha um rebanho de 2,3 milhões matrizes, destes, 1,4 milhão de animais fazem parte do rebanho industrial. O volume de abate anual pode ser um bom indicador para o rebanho total, correspondendo a cerca de 34 milhões de cabeças, sendo 28 milhões do rebanho industrial.