Há dois anos, a União Européia (UE) comunicou oficialmente ao Brasil as exigências sanitárias do bloco para importar o produto. Até hoje elas não foram executadas em sua totalidade e com caráter de permanência, como constatou uma missão técnica do bloco que visitaram estabelecimentos agropecuários, frigoríficos e mantiveram reuniões com os setores específicos do Ministério da Agricultura. Também técnicos da Rússia, maior importador individual de carne brasileira, aqui estiveram, e devem voltar após acordo que deixou diversos estados do país fora do circuito por falta de condições sanitárias. O modelo de rastreamento dos rebanhos e a falta de campanhas sistemáticas para erradicar de vez a febre aftosa são os maiores óbices. O prazo para que as novas exigências da UE sejam cumpridas termina amanhã, sob pena de o bloco que hoje absorve 35% das exportações nacionais estabelecer novas restrições às importações de carne bovina e suína brasileira.
Santa Catarina, que há muito tempo já fez a lição de casa, poderá ser prejudicada sem ter culpa em cartório, como já ocorreu antes, porque o governo federal, tanto por inépcia como por desorganização, não investe apropriadamente nem estabelece uma política permanente e eficaz para proteger a qualidade e sanidade dos rebanhos nacionais.