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Lula critica UE por suspender importação de carne brasileira

O Presidente vai sugerir a formação de uma comissão de deputados para ir ao Parlamento Europeu discutir a questão do embargo.

Redação (06/02/2008)- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão da União Européia (UE) de suspender, por pressão da Irlanda, a importação de carne bovina brasileira. “Eles têm a (doença da) vaca louca e ficam dando palpite aqui”, reclamou o presidente, em um encontro com o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), e parlamentares do Estado, no Palácio do Planalto.

A declaração do presidente foi ouvida por fotógrafos e cinegrafistas que tiveram acesso a uma parte da audiência. Lula disse que vai sugerir ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), a formação de uma comissão de deputados para ir ao Parlamento Europeu discutir a questão do embargo.

Na outra parte do encontro, fechado para os repórteres de imagem, Lula foi mais incisivo nas críticas. “Eles não têm moral para tomar uma decisão dessas, têm a vaca louca e, mesmo assim, querem nos encher o saco”, disse o presidente, segundo três participantes da audiência.

Lula contou no encontro que, ao receber, em novembro de 2004, a visita do presidente russo, Vladimir Putin, lhe mostrou um mapa do Brasil e explicou que há uma enorme distância entre a área de Mato Grosso do Sul onde havia aftosa e a parte do Estado do Pará onde se cria gado cuja carne é exportada para a Europa.

O presidente fez isso para mostrar que a suspensão da importação de todas as carnes brasileiras por países europeus é um erro baseado em desinformação.

O governador André Puccinelli propôs o aumento da tarifa de importação de produtos da Irlanda, Inglaterra e Holanda, países que, segundo ele, pressionaram a UE a suspender a compra da carne brasileira.

O embargo atinge Mato Grosso do Sul, que responde por 40% das exportações nacionais de carne, dividindo com Mato Grosso o primeiro lugar nas vendas. “A UE embargou a carne brasileira apenas por uma questão comercial, não houve problema de sanidade do rebanho”, disse.