Redação (19/02/2008)- Vinte países da União Européia concordaram ontem que "é inaceitável" a proposta atual para um acordo conciliatório sobre Agricultura apresentada pela OMC (Organização Mundial de Comércio).
O ministro francês da Agricultura, Michel Barnier, disse ser melhor não haver acordo global de comércio neste ano do que um baseado na proposta atual, que chegou a obter resposta positiva da Comissão Européia na semana passada.
Os ministros da Agricultura de sete países -Reino Unido, Suécia, Dinamarca, República Tcheca, Estônia, Letônia e Malta- não participaram de reunião ontem em Bruxelas.
A proposta, preparada pelo presidente das negociações agrícolas da OMC, exigiria que a UE fosse além do originalmente planejado para as reduções das tarifas de importação para produtos agrícolas.
Na semana passada, a Comissão Européia disse que as propostas agrícolas eram dignas de crédito, mas que faltava equilíbrio quando avaliadas com outras áreas importantes, como bens industriais e serviços -tópicos para os quais a UE viu pouco avanço para suas ambições de aberturas de mercado.
O comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, afirmou que gostaria de ponderar se outros integrantes da OMC fariam sacrifícios similares.
A França é o maior beneficiário dos subsídios agrícolas da UE, avaliados em mais de 40 bilhões por ano no total.
Barnier disse que vários chefes de Estado e de governo europeus tinham escrito ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, alertando-o contra as propostas.
Ministros do Comércio de todo o mundo devem se reunir até abril em uma tentativa de fechar acordo sobre a Rodada de Doha, lançada em 2001.
Após essa data corre-se o risco de mais anos de atraso ou um colapso total da rodada, já que os EUA terão eleições. (Reuters)