Redação (22/02/2008)- Uma retrospectiva dos principais fatos registrados durante os 101 anos de pesquisa agropecuária em Sete Lagoas, município localizado na região Central de Minas Gerais, marcou a comemoração dos 33 anos de criação da Embrapa Milho e Sorgo, data celebrada no dia 24 de fevereiro. A solenidade, realizada na última sexta-feira, 22, reuniu empregados, aposentados e familiares em torno de diversas atividades que mostraram um pouco da importância histórica da região e da Embrapa na evolução agrícola brasileira.
Segundo a geógrafa Gisela de Avellar, há 31 anos na Unidade e uma das autoras do livro “Novas Trilhas no Sertão – História da Pesquisa Agropecuária em Sete Lagoas: das Origens à Embrapa”, obra que integra o Projeto Memória, os primeiros registros de atividades de pesquisa datam de 1907, com a instalação de um campo de experiência em terreno de Cerrado em um distrito próximo a Sete Lagoas. “Em 1924 pesquisas já eram realizadas em uma área hoje pertencente à Embrapa Milho e Sorgo, com o cultivo de algodão. Minas tinha tradição na indústria têxtil naquela época”, diz.
A partir de 1941, quando as atividades de pesquisa agropecuária passam da esfera estadual para a federal, trabalhos bem sucedidos com melhoramento de algodão e milho, adubação orgânica e com a utilização de bactérias fixadoras de nitrogênio antecederam a implantação do IAO (Instituto Agronômico do Oeste), um dos órgãos que dariam origem à Embrapa Milho e Sorgo. Em 1966, com mais recursos para a pesquisa, criou-se o Ipeaco (Instituto de Pesquisa Agropecuária do Centro-Oeste), época marcada pela grande expansão da pesquisa.
Dez anos depois, em 14 de fevereiro de 1976, a Embrapa instalou na mesma área das instituições anteriores o Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, ato presidido na época pelo então ministro da Agricultura Alysson Paolinelli. O período inicial foi marcado pela implantação de sistemas de produção e pacotes tecnológicos para todas as regiões brasileiras. Na década de 1980, com a ampliação da fronteira agrícola em direção ao Cerrado, a Embrapa Milho e Sorgo teve papel importante no desenvolvimento de híbridos competitivos no mercado, o que resultou em aumento de produtividade e atendimento à crescente demanda de alimentos.
Já no final dos anos 90, com cerca de 12 milhões de hectares do Cerrado incorporados ao sistema produtivo, a Unidade deu ênfase ao desenvolvimento de cultivares de milho tolerantes à acidez do solo, à consolidação da cultura do sorgo como alternativa para o abastecimento de grãos e ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, como as barraginhas e o sistema integração lavoura-pecuária. “Milhares de produtores e toda a sociedade brasileira tiveram ganhos expressivos com as tecnologias desenvolvidas. Este é nosso maior presente nesses 33 anos de Embrapa Milho e Sorgo”, finalizou a chefe-geral Vera Alves.
Embrapa Milho e Sorgo completa 33 anos
Solenidade realizada hoje reuniu empregados, aposentados e familiares em torno de diversas atividades que mostraram um pouco da importância histórica da Embrapa na evolução agrícola brasileira.