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Dejetos de suínos e aves devem virar energia

Empresa norte-americana quer instalar uma usina de geração de energia elétrica a partir de dejetos de aves e suínos em São Ludgero (SC).

Redação (28/02/2008)- O interesse de uma empresa norte-americana em instalar uma usina de geração de energia elétrica a partir de dejetos de aves e suínos aos poucos começa a projetar mudanças no cenário econômico de São Ludgero, cidade de 10 mil habitantes no Sul do Estado, cuja base da economia está sustentada pela indústria plástica e pela agropecuária. Segundo informações do governo do Estado, o investimento do grupo Contour Global será de US$ 128 milhões, com possibilidade de início das operações em 2010.

O grupo tem sede em Nova York e controla oito indústrias do setor no mundo. No ano passado, a multinacional investiu cerca de US$ 300 milhões em uma hidrelétrica em São Domingos, no interior de Goiás. Conforme o secretário Regional de Desenvolvimento, Gelson Padilha, a dimensão real do negócio só deve ser conhecida a partir de maio, quando a empresa interessada irá apresentar o projeto da futura usina. Além do esterco dos aviários, serão utilizados serragem e restos de ração.

"A idéia é utilizar os dejetos de aves em um primeiro momento. A suinocultura também deverá ser fornecedora de material para a geração de energia", conta o secretário. A Prefeitura de São Ludgero analisa as possíveis áreas que podem ser escolhidas para a implantação da usina. O engenheiro civil Jânio Paladini informa que 12 terrenos, alguns próximos da área urbana, foram considerados e podem ser adquiridos pelo grupo investidor. Além do aspecto econômico, o aproveitamento dos dejetos de frangos e, mais tarde, também dos suínos representa um avanço ambiental.

"É uma alternativa interessante, pois dá um destino ecologicamente correto aos dejetos que são poluidores do meio ambiente", diz o engenheiro-agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), Luís Carlos Lunardi. Para os avicultores, a construção da usina ainda é um mistério, já que não há projetos nem informações concretas sobre o tema. O criador Irmoto Schilickmann já ouviu falar no assunto e considera a idéia positiva, pois até as pequenas propriedades podem ganhar uma renda extra com a venda dos dejetos.

"Tenho 15 mil frangos que produzem 30 mil litros de dejetos por mês. É pouco, pois a propriedade é pequena, mas se fosse utilizado nessa usina já ajudaria a preservar a natureza", comenta. Clodoaldo Becker, cuja propriedade tem quase 70 mil frangos, também está otimista. "Não se conhece muito a respeito dessa usina, mas, se der realmente certo, será muito bom", acredita o criador.