Apesar das turbulências iniciais provocadas pelos problemas no setor imobiliário nos Estados Unidos, que poderá afetar negativamente nos preços das commodities mundiais, as estimativas são otimistas para o setor neste ano. “Dificilmente haverá quedas significativas na demanda por produtos agropecuários nos EUA, China, Índia e Rússia”, avalia Cotta. Segundo análise da CNA e Cepea, também predomina no mercado interno um cenário benigno para a economia brasileira, refletindo em aumento de demanda, apesar dos sinais de possível encarecimento dos alimentos e matérias-primas. “O agronegócio deverá continuar com um mercado firme aqui e lá fora”, diz o superintendente técnico da CNA. Segundo ele, o crescimento do setor continuará em 2008, com perspectivas de melhores rentabilidades, mas as deficiências de infra-estrutura e as pressões dos custos persistirão, como no caso dos fertilizantes.
O segmento de insumos agropecuários melhorou seu desempenho em dezembro, fechando o ano com crescimento de 12,99%. Os segmentos agroindustriais e de distribuição também cresceram 4,3% e 6,8%, respectivamente, em 2007, mas ficaram atrás do segmento primário. “O desempenho relativamente baixo da indústria se deve à queda no ramo açucareiro, cujos preços despencaram 35% entre 2006 e 2007”, explica Ricardo Cotta. Mesmo assim, o desempenho das indústrias de processamento de grãos, café, abate de animais e etanol garantiu o crescimento de 4,3% da agroindústria.