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Brasil aceita subsídios de país rico para concluir Doha

Teria que haver, no entanto, uma redução "substancial" desses subsídios para que um acordo ocorra.

Redação (23/04/2008)- O Brasil está disposto a aceitar a manutenção de parte dos subsídios agrícolas dos países ricos, se esse for o preço para concluir a bastante atrasada Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). A promessa foi feita ontem em Acra, capital de Gana, por um dos principais negociadores dos países em desenvolvimento, o chanceler brasileiro, Celso Amorim. Teria que haver, no entanto, uma redução "substancial" desses subsídios para que um acordo ocorra, segundo Amorim, que não citou de quanto seria tal diminuição.

"No caso dos subsídios internos, o correto seria acabar. Mas na política se tem que lidar com realidades. Talvez acabar seja muito difícil, mas uma redução substancial é importante em relação ao que é permitido hoje", afirmou Amorim. Os subsídios internos são aqueles que os países ricos, na Europa, EUA e Japão, principalmente, oferecem a seus agricultores, fechando, dessa forma, seus mercados às importações. São, por isso, os mais difíceis de eliminar politicamente.

Além deles, há os subsídios à exportação, quando os países auxiliam seus produtores a vender produtos para fora, freqüentemente tirando outros mercados de países pobres. Esses devem acabar totalmente, segundo Amorim. O pragmatismo do brasileiro, conhecido por ser um negociador duro, é movido pela urgência de fechar logo um acordo.

Amorim reuniu-se com o diretor-geral da OMC, o francês Pascal Lamy, em Acra, e disse que é preciso concluir a Rodada neste ano, porque a nova administração norte-americana, que assumirá em janeiro, deverá levar um tempo para se inteirar do processo, atrasando-o ainda mais. A Rodada de Doha se arrasta há sete anos, e a questão agrícola se mantém como grande entrave. "Além de um certo momento em junho, será tarde demais. Estou realmente preocupado com isso", disse Amorim.