Redação (08/05/2008) – Plantel e Criadores
A estrutiocultura industrial brasileira vive um momento de ajuste entre a oferta e procura dos produtos de sua cadeia produtiva. Nos últimos três anos os abates se tornaram cada vez maiores e, naturalmente a carne de avestruz começou a aparecer no mercado nacional, notadamente na região sudeste ( com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro). Não obstante, a falta de hábito da população, o preço relativamente alto e, principalmente, a falta de uma divulgação e promoção do produto de caráter mais educativo e profissional, enfatizando o apelo da saudabilidade oferecida naturalmente pela carne de avestruz, mostra que o segmento vive um estrangulamento de sua cadeia produtiva no mercado interno.
Este fato vem repercutindo em um menor aumento do plantel, constatando-se em 2007, a menor taxa de crescimento nestes doze anos em que a atividade vem se desenvolvendo no Brasil, algo em torno de 6% (vide tabela I); sendo que a previsão para 2008 é de efetiva queda, marcando possivelmente o início de uma fase de “enxugamento” do plantel, após um período de introdução da criação de avestruzes, onde a excessiva especulação na venda de reprodutores, propiciou a entrada de muitos investidores, que agora começam a sair do setor.
Mesmo assim, o plantel brasileiro apresenta atualmente cerca de 450.000 exemplares, entre reprodutores e animais criados para abate, sendo o 2º maior produtor de avestruzes do mundo, uma vez que informações do mercado mundial apontam que a África do Sul, continua hegemônica no setor, com um plantel aproximado de 500.000 avestruzes ( a China ocupa a terceira posição com cerca de 100.000 aves).
Tabela I – Evolução do Plantel Brasileiro de Avestruzes no Brasil
(*) Estimativa Fonte : ACAB/UBA
Quanto ao número de criadores, a retração é observada já neste ano de 2007, onde observa-se uma diminuição de 20% em relação ao ano anterior, apresentando um total de 2540 produtores (vide tabela II). Por outro lado, é importante salientar que a densidade das criações aumentou em cerca de 32 %, passando de 134 aves/criador para 177 aves/criador, caracterizando potencialmente que os estrutiocultores que estão na atividade, apresentam melhores índices de produtividade e, conseqüentemente, continuam investindo na atividade, só que agora com o foco na cadeia produtiva e, não mais na venda de reprodutores e matrizes.
Tabela II– Evolução do Número de Criadores de Avestruzes no Brasil
Fonte: ACAB/UBA