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Exportação bate recorde em maio

Ajudadas pelo fim da greve dos auditores da Receita Federal, as exportações mostraram recuperação em maio e atingiram o maior valor mensal da história, de US$ 19,306 bilhões.

REdação (03/06/2008)- Esse resultado elevou o superávit comercial que, pela primeira vez neste ano, teve desempenho mensal melhor na comparação com idêntico mês de 2007. O saldo atingiu US$ 4,077 bilhões, ante US$ 3,853 bilhões em maio de 2007. As importações também tiveram cifra mensal inédita, de US$ 15,229 bilhões.

Embora o resultado tenha sido influenciado pela regularização dos registros de exportação, que foram interrompidos pela greve de 54 dias dos auditores, encerrada em 12 de maio, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, disse que há uma clara recuperação das exportações, sobretudo em razão dos preços internacionais das commodities.

Segundo ele, o impacto da greve nas exportações foi de US$ 1,2 bilhão. Esse valor foi registrado em maio, mas os embarques ocorreram em abril. Barral disse que, mesmo excluindo esse residual, as vendas externas em maio continuam recordes. “É uma retomada expressiva”, disse.

No ano, as vendas externas somam US$ 72,05 bilhões, com alta de 22,2% ante o período de janeiro a maio de 2007. Até abril de 2008, a alta acumulada das exportações era de 13,6%. Os produtos que mais contribuíram para o aumento das exportações no ano foram soja, carne de frango, petróleo, aviões, óleo combustível, minério de ferro, farelo de soja, celulose e semimanufaturados de ferro e aço. Segundo Barral, em maio houve recuperação das exportações em volume. Até abril, o aumento era sustentado pela alta dos preços.

A greve da Receita represou o registro dos embarques de produtos básicos e semimanufaturados. Barral disse que, entre os produtos básicos, três foram responsáveis por 75% do aumento das vendas em maio nesta categoria: petróleo, minério de ferro e soja em grão. O efeito da greve fez com que o Brasil tivesse em maio um superávit comercial com a China de US$ 700 milhões, mas, no acumulado do ano, o Brasil ainda tem um déficit de US$ 1,45 bilhão.

O secretário avaliou que, em razão da recuperação das vendas externas, o superávit da balança comercial no ano pode melhorar. Até maio, o saldo comercial foi positivo em US$ 8,655 bilhões, mas esse valor representa uma queda de 47,3% em relação a 2007.

Para Barral, três fatores devem influenciar o aumento das exportações: políticas de estímulo da nova política industrial, aumento dos preços internacionais das commodities e início do embarque dos produtos agrícolas, que ocorre principalmente entre abril e outubro. Barral previu também que o Brasil deve retomar as exportações de petróleo, que caíram neste ano em razão da recomposição de estoques da Petrobrás.

Em junho, o Ministério do Desenvolvimento deve aumentar a meta de exportações para 2008, atualmente de US$ 180 bilhões. Barral admitiu, porém, que as importações continuam em ritmo forte, que desde o ano passado têm derrubado o superávit. Até maio, a alta é de 49,2% na comparação com 2007. Elas acumulam US$ 63,4 bilhões.