Redação (04/06/2008)- O G20 (grupo de 20 países emergentes) e o Grupo de Cairns denunciaram nesta terça-feira na OMC a nova lei norte-americana para a agricultura, ao considerar que ela aumenta os subsídios aos camponeses e representa um retrocesso para as negociações da Rodada de Doha.
"A lei agrícola de 2008 se opõe ao processo de reforma da agricultura em longo prazo", indicou o G20, grupo de países em desenvolvimento liderado pelo Brasil que luta pelo fim dos subsídios nos países ricos.
Essa lei acentua o fosso entre os agricultores subsidiados dos países desenvolvidos e os agricultores não favorecidos dos países em desenvolvimento, insistiu o G20 ao grupo de negociações agrícolas na OMC (Organização Mundial de Comércio).
O Congresso norte-americano adotou em meados de maio uma nova lei agrícola que destina cerca de US$ 290 bilhões para os subsídios ao setor.
"A lei gerará maiores gastos e aumentará o limite de subsídios para 15 produtos", indicou o G20.
O Grupo de Cairns, que reúne 19 países exportadores agrícolas, considerou que a nova lei "prolongará o impacto negativo das políticas que prejudicam o comércio e a produtividade de importantes empresas agrícolas e de alimentação no mundo".
"Enquanto os agricultores norte-americanos são beneficiados pelos preços recordes dos produtos alimentícios, o Congresso não utilizou essa vantagem para contribuir com com o esforço de reforma requerido pela Rodada de Doha", indicou o Grupo de Cairns.
O Congresso inclusive introduziu novos programas de subsídios e "ampliou os apoios internos que prejudicam o comércio de bens que não estavam incluídos até agora", acrescentou.