Redação (09/06/2008)- A área de soja cultivada nessa safra na região de Campo Mourão é a maior do Estado. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Seab, no Paraná são 51,8 mil hectares e nos 25 municípios de competência da Seab de Campo Mourão 6,2 mil hectares. No ano passado foram plantados 4,2 mil hectares.
De acordo com Chandoha a previsão é que em torno de 30 a 35% da área terá que ser dessecada. “É aquele produtor que extrapolou a data de plantio. Entendemos que houve um prolongamento no ciclo da soja em função das condições climáticas com temperaturas mínimas abaixo da média dos últimos dez anos”.
A dessecação da lavoura, para antecipar o ciclo e, conseqüentemente, a colheita é indicada apenas depois que as plantas atingem o estágio de maturação. Aplicações de dessecantes realizadas antes da cultura atingir a fase do desenvolvimento podem interferir no enchimento dos grãos e aumentar a possibilidade de defeitos como grãos esverdeados.
Nos últimos anos, a soja vinha ganhando espaço como opção de segunda safra no Paraná, estimulada pelos preços altos do grão. Mas, no primeiro ano de vazio sanitário no Estado, a oleaginosa de entressafra ocupa extensão 38% menor que a de 2007. Conforme o Deral, o plantio de 51,8 mil hectares tem potencial para render 95,9 mil toneladas em 2008. No ano passado, foram colhidas 126,2 mil toneladas em 84 mil hectares.
O Paraná criou o Programa Estadual de Controle da Ferrugem Asiática no final do ano passado, aderindo assim ao Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, que foi implementado pelo Ministério da Agricultura. Uma das medidas do programa foi a implantação do Vazio Sanitário, período de três meses onde não é permitida a presença de soja no campo, seja originária de plantio ou que tenha nascido voluntariamente de grãos que caem durante a colheita ou no transporte da safra a margens de estradas e ferrovias (soja guaxa ou tigüera).
O Vazio Sanitário, explica Chandoha, é uma importante medida no combate a ferrugem asiática, doença que tem causado grandes prejuízos a cultura da soja. O chefe do Núcleo Regional da Seab lembra que, segundo os especialistas, o fungo da ferrugem só sobrevive e se reproduz na planta viva (verde). Assim, com esse período de 90 dias sem a soja no campo, a incidência da ferrugem diminui.