Dos R$ 65 bilhões programados para o crédito rural da agricultura comercial na safra 2008/2009 foram aplicados R$ 64,9 bilhões, o que corresponde a 99,9% do total. “Lembremos que esse desempenho foi alcançado em plena crise financeira mundial, agravada em setembro”, destaca o diretor do Departamento de Economia Agrícola (Deagri), Wilson Araújo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“No segundo semestre de 2008, houve redução do crédito privado e da demanda internacional por commodities, cujos preços caíram consideravelmente, além de adversidades climáticas, o que resultou numa retração de 7,2% na produção de grãos, fibras e oleaginosas”, observa Araújo.
A aplicação total de R$ 74,4 bilhões na agropecuária durante a safra 2008/2009 indica um aumento de 0,7% nas operações totais no crédito rural, em relação ao da safra anterior, que foi de R$ 73,8 bilhões.
Considerados todos os recursos destinados ao financiamento do setor rural no ano safra 2008/2009, verifica-se que 82,6% foram aplicados a taxa de juros fixa.
Custeio e Comercialização – Os R$ 55,4 bilhões destinados aos financiamentos de custeio e comercialização superaram em 1,3% o valor programado. Do total de recursos aplicados para essa finalidade, 76,6% foram concedidos a juros fixos da ordem de 6,75% ao ano. As principais fontes de financiamento de custeio e comercialização foram os Recursos Obrigatórios (MCR 6-2), que responderam por 51,8% dos recursos aplicados à taxa de juros controlados do crédito rural, seguido pela Caderneta de Poupança Rural, com 23% (20,4% a juros controlados e 2,63% a juros livres).
Investimento – Para financiar investimentos em infraestrutura produtiva da agricultura empresarial, na safra 2008/2009, foram alocados R$ 10,2 bilhões, dos quais foram aplicados R$ 9,4 bilhões: 92% do programado.
O desembolso superou em 28% o da safra anterior, quando foram desembolsados R$ 7,3 bilhões, apesar das incertezas relacionadas à crise financeira mundial e à quebra de safra, em decorrência da estiagem ocorrida ao longo do ciclo das lavouras em estados produtores no Centro-Sul do País.
Os resultados mais expressivos foram observados nos financiamentos ao amparo dos Fundos Constitucionais (FCO, FNE e FNO), com aplicação de R$ 4,5 bilhões, 50% a mais que no ciclo anterior.
No conjunto dos programas coordenados pelo Mapa e financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), o aumento das aplicações foi de 16,3%, passando de R$ 3,7 bilhões para R$ 4,3 bilhões. Destacou-se o desempenho do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), com mais 72%, do Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora), com mais 66%, e do Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), com mais 49,7%.
Também expressiva na safra 2008/2009 foi a aplicação dos recursos programados no Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) – modalidade Proger Rural-, com desembolso de 93% dos R$ 500 milhões disponíveis, mostrando o acerto da medida. O Programa de Incentivo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) aplicou R$ 160 milhões no seu primeiro ano de vigência.