No último domingo (10), durante a COP 28, a CNA promoveu um painel para discutir a geopolítica da segurança alimentar, contando com a presença do cientista paquistanês Rattan Lal, laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007 e agraciado com o Prêmio Mundial da Alimentação em 2020.
O encerramento do Dia do Agro foi marcado por esse debate, moderado por Muni Lourenço, presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente e chefe da delegação da CNA na COP. Participaram também o embaixador Roberto Azevedo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro.
Muni enfatizou o papel do Brasil na conciliação entre a produção de alimentos e a preservação ambiental, destacando o reconhecimento global das práticas sustentáveis adotadas pelo país. Ele ressaltou que o Brasil é um exemplo notável de nação em desenvolvimento, com uma agricultura tropical de baixo carbono, liderando na segurança alimentar e enfrentando as mudanças climáticas.
Durante o painel, o embaixador Azevedo abordou o tema “Ações ambientais como barreiras ao comércio internacional”, destacando a necessidade de negociações complexas e a importância de o setor agropecuário buscar aliados para demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade.
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O cientista Rattan Lal enfatizou o papel do Brasil na agricultura sustentável global, destacando o potencial brasileiro para sequestro de carbono e produção eficiente no mesmo espaço. Ele mencionou a transformação do Cerrado de uma área imprópria para produção para uma das principais regiões produtoras do país como um exemplo do potencial brasileiro.
Lal sugeriu que o Brasil poderia aprimorar ainda mais sua produtividade de forma sustentável, utilizando tecnologias como agricultura de precisão e irrigação, preservando o solo e melhorando a infraestrutura. Ele ressaltou a possibilidade de cooperação do Brasil para ajudar na segurança alimentar global, especialmente na África Subsaariana, onde a fome é um problema urgente.
Finalmente, o laureado com o Prêmio Nobel da Paz e o Prêmio Mundial da Alimentação enfatizou a interconexão entre segurança alimentar, segurança energética e segurança climática com a paz mundial, destacando que a falta de comida para todos ainda é uma realidade, afirmando que “enquanto não houver comida para todos, não teremos paz.”
Ao final do evento, Muni Lourenço fez uma avaliação positiva do Dia do Agro, destacando o debate de alto nível técnico e a participação de autoridades mundiais, técnicos e negociadores, promovendo um intercâmbio técnico enriquecedor.