O sócio da Nord Research avaliou que muitos papéis do setor agrícola tiveram um desempenho significativo em 2023, e também em 2021 e 2022. Ele destacou que uma parte dessa queda nas ações está relacionada à realização de lucros.
Além disso, o cenário de oferta de grãos no país está menos confortável do que inicialmente esperado, o que está pressionando as empresas de carnes devido ao aumento nos custos com ração.
Leonardo Alencar, da XP, sugere que a queda nas ações da BRF pode ser atribuída tanto ao cenário desfavorável dos grãos quanto à percepção de que a Marfrig pode reduzir suas compras de ações da BRF.
Em 28 de dezembro, após o fechamento do mercado, a empresa de Marcos Molina anunciou a aquisição de 5,06% das ações da BRF, alcançando a maioria das ações da empresa (50,06%). Apesar desse movimento, a Marfrig afirmou que não pretende alterar a atual composição do controle nem a estrutura administrativa da BRF.
As consultorias privadas também estão revisando para baixo suas projeções para a colheita brasileira de grãos. A StoneX, em sua última revisão, prevê uma queda na produção de soja para 152,8 milhões de toneladas, 3,1% abaixo do recorde da safra passada. Quanto à produção de milho, a consultoria também revisou suas estimativas para uma produção 10,5% menor do que na temporada anterior, totalizando 124,6 milhões de toneladas.
Vaz destaca que a desvalorização das commodities nas bolsas internacionais também influenciou na queda das ações agrícolas. “Isso também acaba ajudando”, afirmou. Na bolsa de Chicago, os contratos mais negociados da soja, para março, fecharam em baixa de 1,89%, a US$ 12,735 o bushel, enquanto os papéis de maior liquidez do milho, com o mesmo vencimento, recuaram 1,59%, para US$ 4,6375 o bushel.