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Cobertura de seguro rural diminui no Brasil, diferentemente de concorrentes

Em tempos de extremos climáticos que afetam a produção, área segurada no país caiu quase 53% desde 2020

Cobertura de seguro rural diminui no Brasil, diferentemente de concorrentes

Os dados compilados pela consultoria Agroícone para o Valor indicam uma queda significativa na área segurada por seguro rural no Brasil nos últimos três anos. Em 2023, a área segurada foi de 6,25 milhões de hectares, uma redução de 52,86% em relação a 2020, quando atingiu 13,26 milhões de hectares. Em contraste, outros grandes países produtores, como os Estados Unidos, aumentaram a cobertura do seguro rural.

A volatilidade dos recursos oficiais para subvenção ao seguro rural é apontada como um grande desafio para o sistema brasileiro. A consultoria destaca que, apesar de a área segurada por grãos como milho, soja e trigo ser significativa, ainda há um longo caminho a percorrer no Brasil em comparação com países concorrentes.

A queda na área segurada nos últimos anos no Brasil também é atribuída à seca que prejudicou as lavouras em 2021, resultando em aumentos nos preços das apólices. Além disso, os custos de produção mais altos reduziram a capacidade de investimento dos produtores.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, a área com cobertura de seguro rural cresceu cerca de 30% desde 2020. Nos EUA, a maioria dos produtos agropecuários é classificada e regulamentada pela Agência de Gestão de Risco (RMA), e o seguro agrícola é subsidiado pelo governo federal.

O Brasil destina recursos para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), mas enfrenta desafios na garantia de recursos suficientes para a subvenção. A previsão para 2024 é de R$ 964,5 milhões, um aumento em relação aos R$ 933 milhões executados no ano anterior.

O cenário de mudanças climáticas e extremos climáticos mais frequentes destaca a necessidade de repensar os modelos de seguro rural adotados no Brasil, segundo especialistas.