A indústria de nutrição animal em 2023 enfrentou um cenário dinâmico, com uma produção acumulada de aproximadamente 40 milhões de toneladas de rações e concentrados no primeiro semestre, representando um aumento de quase 2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, uma análise mais detalhada revela nuances e desafios que merecem atenção.
Ao projetar o horizonte anual, Ariovaldo Zani, CEO do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), estima uma produção total de mais de 83 milhões de toneladas de rações e concentrados (exceto sal mineral), indicando um avanço modesto de aproximadamente 2% em 2023. “Esta projeção otimista, contudo, suscita a necessidade de considerar as variáveis que podem influenciar esse panorama, desde mudanças nos padrões de consumo até a volatilidade nos mercados internacionais”, ressalta Zani.
O balanço de 2023 divulgado pelo sindicato destaca o avanço modesto do setor de alimentação animal, resultado do desempenho divergente entre as cadeias produtivas. De janeiro a setembro, a produção de rações avançou quase 2%, totalizando 62,6 milhões de toneladas. O detalhamento revela que a demanda no segmento de frangos de corte cresceu 3% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O mesmo padrão se reflete em um aumento de 1,0% para as poedeiras. No geral, a previsão é que, no ano anterior, foram produzidas 87 milhões de toneladas de rações e sal mineral, representando um aumento de quase 1,5% em relação ao ano anterior.
Esses números demonstram o motivo pelo qual o Brasil é reconhecido mundialmente como um dos principais produtores de ração, sendo o terceiro maior produtor mundial e responsável por mais da metade da produção de ração na América Latina. E mais, leva a perspectivas promissoras de crescimento e um potencial significativo para se consolidar como líder global deste setor.
De acordo com Antonio Apércio Klein, engenheiro agrônomo e consultor de empresas, o “Calcanhar de Aquiles” das fábricas de ração está na escassez de cursos especializados que possam ajudar na formação teórica e na capacitação das pessoas que trabalham diretamente na produção. “Temos vários cursos de nível técnico no Brasil, mas nenhum com maior envergadura e com amparo institucional. E o problema não está só aqui. Estamos falando de um desafio internacional, pois, até onde temos conhecimento, no nível de terceiro grau, temos somente dois cursos no mundo”, pontua.
Confira.