As mudanças climáticas representam um desafio significativo para a economia brasileira, que é altamente dependente da produção agrícola. Esses efeitos podem colocar em risco o avanço tecnológico alcançado na agropecuária brasileira, que transformou o país de importador líquido de alimentos na década de 1970 para um dos maiores exportadores em 2020. Além disso, há preocupações com o risco ambiental e sanitário, como a degradação das terras produtivas e a escassez de água, que podem afetar a produção e qualidade dos alimentos, especialmente para os mais vulneráveis.
A Pesquisa de Percepção do Fórum Econômico Mundial, em 2021, destacou que as mudanças climáticas são consideradas um dos principais riscos globais em termos de impacto econômico e probabilidade de ocorrência. Esse contexto também levanta preocupações sociais, pois as mudanças climáticas podem reduzir o acesso aos alimentos e sua qualidade, impactando diretamente a segurança alimentar.
Diante disso, o tema está intimamente ligado à segurança econômica, ambiental, sanitária, social e humana. No Brasil, é passível de processo de securitização, conforme a Política Nacional de Defesa, devido às suas graves consequências ambientais, sociais, econômicas e políticas que exigem uma maior capacidade estatal de ação.
Notícias Relacionadas
O Ministério da Defesa incluiu o tema dos desastres ambientais, decorrentes das mudanças climáticas, em seu planejamento estratégico, reconhecendo o potencial de instabilidade política e social. Outros países, como os Estados Unidos e vários na Europa, já estão se preparando para enfrentar esse desafio, o que destaca a necessidade de priorizar o tema no Brasil.
Dessa forma, a pesquisa sobre como as mudanças climáticas impactam a agropecuária brasileira e a segurança nacional é crucial para entender e mitigar os possíveis efeitos negativos, garantindo a segurança alimentar e a sustentabilidade do país.
Para Paulo Armando V. de Oliveira, Dr. Pesquisador Sênior, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Suínos e Aves, as alterações do clima que ocorrem durante o ano, principalmente na região Sul, com mudanças bruscas da temperatura e consequente variação na umidade relativa do ar afetam diretamente a produção animal. “Os suínos são animais desenvolvidos e adaptados para serem produzidos em um ambiente com temperatura e umidade dentro de uma faixa considerada de conforto ou de termoneutralidade, em função de sua fase produtiva. As altas temperaturas estão associadas ao baixo desempenho zootécnico de suínos, principalmente pela redução no consumo de alimentos e pelo custo energético, associado aos processos de termorregulação”, explica.
Confira a matéria na íntegra.
