Nesta quarta-feira (27/03), o dólar iniciou o dia apresentando volatilidade, alternando entre altas e baixas, em meio à expectativa do mercado por novos dados sobre o emprego e a dívida pública no Brasil. Investidores ainda absorvem o impacto dos recentes indicadores de inflação e das sinalizações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) divulgados na véspera.
Os olhares se voltam agora para a divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de fevereiro e para o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, buscando pistas sobre a saúde econômica do país.
Na terça-feira, a prévia da inflação de março, medida pelo IPCA-15, surpreendeu o mercado ao registrar uma alta de 0,36%, superando as expectativas de 0,32% dos analistas. Este aumento foi influenciado principalmente pelo segmento de Alimentação e Bebidas, que teve uma variação de 0,91%, contribuindo com 0,19 ponto percentual para o índice geral.
Apesar da alta em março, o IPCA-15 mostrou uma desaceleração em relação a fevereiro, quando avançou 0,78%. Em termos anuais, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,14%.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, comenta que o resultado não só veio acima do esperado, mas também indicou uma tendência preocupante nos subgrupos de serviços, industriais e alimentos.
Em paralelo, a ata do Copom revelou uma postura cautelosa do Banco Central em relação aos próximos ajustes na taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano. Diante das incertezas que cercam o cenário inflacionário, o BC indica que poderá adotar um ritmo mais lento nos cortes da taxa de juros.
O Copom já realizou seis reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual na Selic, que diminuiu de 13,75% ao ano em junho do ano passado para 10,75% ao ano, sinalizando um cenário de cautela diante das pressões inflacionárias.
Este cenário mantém os investidores em alerta, à medida que buscam entender as implicações desses indicadores para a economia brasileira e suas decisões de investimento.