O dólar registrou uma expressiva alta, atingindo o pico de R$ 5,07 durante as negociações, e fechando o dia a R$ 5,059. Esse movimento marcou a maior cotação da moeda americana desde outubro do ano passado, em um contexto marcado pelo fortalecimento dos indicadores econômicos dos Estados Unidos.
Os dados mais recentes que impulsionaram essa valorização vieram do índice de gerentes de compras (PMI) industrial americano, que, contrariando as expectativas, avançou de 47,8 em fevereiro para 50,1 pontos em março, ultrapassando o limiar de 50 pontos que separa a contração da expansão da atividade industrial.
Este resultado aponta para uma economia mais resiliente do que o previsto, aumentando as especulações sobre um possível atraso no ciclo de redução das taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
A resposta do mercado a essa expectativa de uma política monetária mais restritiva nos EUA foi imediata, fortalecendo o dólar globalmente e afetando economias emergentes, incluindo o Brasil.
Com a perspectiva de juros mais elevados nos Estados Unidos, investidores tendem a realocar investimentos para o país, reduzindo o fluxo de capital para mercados considerados mais arriscados, como o Brasil, o que contribui para a valorização da moeda americana frente ao real.
Diante desse cenário, o Banco Central do Brasil anunciou uma intervenção no mercado de câmbio, programando um leilão adicional de até 20 mil contratos de swap cambial, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, num total de US$ 1 bilhão.
Essa ação visa prover liquidez e estabilidade ao mercado cambial.
O contexto de incerteza econômica não se limita apenas à política monetária americana. O ouro, tradicionalmente visto como um porto seguro por investidores, atingiu um novo recorde histórico, superando US$ 2.265 por onça, refletindo a crescente procura do metal por bancos centrais em um ambiente global de tensões geopolíticas e econômicas.
A compra intensa de ouro por instituições como os bancos centrais da Turquia, China e Índia sinaliza uma busca por diversificação e segurança em tempos de instabilidade.
Esses movimentos no mercado de câmbio e no mercado de ouro ilustram a complexidade das dinâmicas globais atuais, influenciando diretamente a economia brasileira e as estratégias do Banco Central para manter a estabilidade financeira do país.