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Antidumping

Embate entre China e UE impulsiona ações de BRF e JBS na bolsa

Processo antidumping de chineses contra europeus pode favorecer embarques do Brasil

Embate entre China e UE impulsiona ações de BRF e JBS na bolsa

A recente escalada nas tensões entre China e União Europeia (UE) animou os investidores que aplicam recursos em ações de BRF e JBS. Na terça-feira (18/6), as ações dessas empresas, líderes nas exportações de carne suína do Brasil, registraram algumas das maiores altas do Ibovespa.

Os papéis ON da BRF subiram 5,50%, alcançando R$ 19,19 por ação, enquanto as ações da JBS, controladora da Seara, aumentaram 3,84%, chegando a R$ 28,90 por ação. Este otimismo foi impulsionado pela notícia de que a China iniciou uma investigação antidumping sobre as importações de carne suína europeia, seu maior fornecedor no segmento.

Segundo analistas, a medida chinesa pode abrir espaço para um aumento nas vendas de carne suína brasileira ao mercado chinês, compensando a queda nas exportações brasileiras para a China, que diminuíram 36,7% entre janeiro e maio de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirmou que a valorização das ações de JBS e BRF está diretamente ligada à possibilidade de aumento das exportações para a China. “Pode melhorar o embarque da proteína do Brasil, mais da metade dos suínos que chegam à China vem da Europa”, disse Cruz.

A investigação antidumping é vista como uma resposta ao recente aumento de impostos sobre carros elétricos chineses pela UE, e pode afetar significativamente fornecedores de carne suína da Espanha, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Bélgica. A Espanha, em particular, é o maior exportador de carne suína para a China.

Fontes do setor indicam que países exportadores como Brasil, Estados Unidos, Chile e outros sul-americanos estão bem posicionados para preencher a lacuna deixada pelos europeus no mercado chinês. A China, principal importador de carne suína do Brasil, recebeu 111,4 mil toneladas do produto brasileiro nos primeiros cinco meses de 2024.

Para as empresas, o cenário parece promissor. Além da BRF e Seara (JBS), a cooperativa Aurora Alimentos está entre as maiores exportadoras de carne suína brasileira. Com a queda nos preços dos insumos usados na ração animal, como milho e farelo de soja, as companhias contam com margens melhores e veem na situação atual uma oportunidade para recuperar parte dos volumes perdidos.

Essa conjuntura reforça o potencial de aumento nas exportações brasileiras de carne suína para a China, sinalizando um cenário favorável para BRF e JBS na bolsa.