Estou estreando esta coluna aqui na Suinocultura Industrial para falar da eficiência (re)produtiva e sustentabilidade. Em primeiro lugar, quero agradecer a Andrea Gessulli pelo convite e parceria em me permitir, dividir neste canal nossas opiniões e experiência.
Todas as pessoas, produtores, profissionais, empresas, empresários, técnicos enfim, aqueles que se dedicam e trabalham na cadeia de produção de carne suína, o fazem com um grande objetivo: ajudar a alimentar o mundo e ganhar dinheiro. A equação do lucro em qualquer negócio é faturamento – custos e despesas = lucro. Esta fórmula aparentemente simples, na cadeia da carne suína e especialmente na produção a nível de granja deixou de ser simples, se tornando muito complicada. Sobre esta “complicação” para rentabilizar o negócio que buscaremos explorar aqui nesta coluna todos os meses.
A receita financeira na produção de suínos é dada pela quantidade de quilogramas (kg) de suínos vendidos multiplicado pelo preço de venda. Enquanto o principal custo de produção é decorrente do custo da alimentação (ração) dos animais. No custo de produção da ração, os principais ingredientes são o milho e a soja. Exatamente no milho e na soja é que está cada diz mais complicado e difícil gerenciar os custos destes ingredientes.
Quando falamos em preço de milho e soja, deixamos de competir por estes ingredientes com outras cadeias de produção animal, como o frango, o boi e o leite. O preço do barril de petróleo passou a interferir no preço da ração. No final da década de 1990 e início dos anos 2000, nos Estados Unidos começou-se a produzir etanol a partir do milho e com isso, o milho, disputado na bolsa de Chicago para alimentação animal e humana, passou a ser disputado para abastecer o carro mais barato.
No Brasil, no início dos anos 2000, com o apelo da “agenda verde” e redução de emissão de gases de efeito estufa, foi incentivado a produção de biodiesel a partir da soja. De novo, o mercado de soja, antes dependente das demandas alimentares asiáticas e Europeias, ganhou um novo interessado, o posto de combustível.
Estas duas mudanças no mercado de grãos, somado com muitas outras demandas de mercado como bem-estar animal, sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e várias outras complicaram e muito a forma de produzir carne suína no Brasil e no mundo. O mapa global da produção de carne suína mudou e vai mudar muito mais nos próximos anos. “O queijo mudou de lugar”.
A sobrevivência e a sustentabilidade dos negócios na produção de carne suína, vai depender da capacidade e da velocidade de adaptação das nossas granjas e empresas em termos de eficiência (re)produtiva. Conseguiremos fazer isso?
Pedro Ivo de Quadros Filho
Diretor Executivo Bretanha Group