O relatório revela na 5ª edição do Observatório Suíno que as empresas fornecedoras de carne suína estão mais envolvidas com práticas de bem-estar animal em comparação com varejistas e empresas alimentícias. Focado na eliminação das celas de gestação e em outros aspectos de manejo, o estudo entrevistou 33 empresas do setor, indicando uma crescente preocupação entre os fornecedores com a qualidade de vida dos suínos, embora desafios persistam.
Compromisso com Baias Coletivas
As celas de gestação, que confinam as porcas individualmente, são criticadas por elevarem o estresse e reduzirem a imunidade dos animais. Conforme o Observatório, empresas como Aurora (85%), Pamplona (94%), JBS (84%), BRF (57%) e Alegra (44%) mantêm parte significativa dos suínos em baias coletivas, promovendo um ambiente que respeita os comportamentos naturais dos animais. A normativa brasileira IN 113 do MAPA prevê a eliminação completa das celas até 2045, mas empresas se comprometeram a antecipar essa transição para 2025-2029, destacando a necessidade de financiamento para adaptações estruturais.
Transparência e Inovações na Maternidade
Empresas como Alegra Foods, Alibem, BRF, JBS e Pamplona foram elogiadas pela transparência, participando de todas as edições do Observatório desde 2020. Cerca de 90% dos fornecedores também declararam aderir ou superar as normas de bem-estar na maternidade, além de não realizarem mais castrações de leitões sem anestesia ou analgesia.
Desafios Pendentes e Necessidade de Rastreabilidade
Apesar dos avanços, práticas como o corte de cauda, desbaste de dentes e o uso de antimicrobianos seguem sendo realizadas rotineiramente, gerando preocupações em relação à saúde animal e à sustentabilidade. A pesquisa também indicou uma baixa adesão das empresas de varejo e alimentos, evidenciando uma lacuna na transparência e rastreabilidade na cadeia produtiva. Importante o sistemas de rastreamento para assegurar a origem e características dos produtos, fortalecendo a responsabilidade corporativa em toda a cadeia suinícola.
Este relatório reforça a importância da adaptação para um modelo de produção mais ético e sustentável, capaz de responder às crescentes demandas de bem-estar animal no Brasil e internacionalmente.